CML convoca reunião para esclarecer acolhimento de refugiados

Autarquia promove sessão de esclarecimento dirigida às famílias e pessoas que querem acolher e ajudar os refugiados ucranianos.

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) convocou para esta segunda-feira à noite, no Fórum Lisboa, uma sessão de esclarecimento para esclarecer o processo de acolhimento de refugiados.

De acordo com Laurinda Alves, vereadora dos Direitos Humanos e Sociais da CML, a sessão é aberta a famílias e pessoas singulares que queiram acolher e ajudar famílias ucranianas que fugiram à guerra no país.

“A ideia é esclarecermos de forma realista e articulada como se processa o acolhimento, como se dá sequência ao acompanhamento e aquilo que as famílias e pessoas de acolhimento podem esperar”, explicou a vereadora numa mensagem que fez circular.

A iniciativa promovida pela autarquia vai contar com a participação de Rosária Farmhouse, presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), além de Marlene Jordão, coordenadora do Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes, Sónia Almeida, adjunta do Ministério da Segurança Social e do Trabalho, e ainda de Sérgio Cintra, administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Segundo Laurinda Alves, o número de famílias que se tem oferecido para acolher refugiados já andará na ordem das centenas e, por uma questão de “gestão de expectativas”, de organização de informação e de capacitação de quem se voluntaria, entendeu promover a sessão para também deixar claro que a CML “não tem capacidade para se responsabilizar pelo acompanhamento destas famílias, mas apenas para o acolhimento de emergência”.

Lisboa recebeu quase 400 refugiados No final de uma reunião de balanço e avaliação da primeira semana de funcionamento do Centro de Acolhimento Temporário para refugiados ucranianos em Lisboa, o presidente da Câmara adiantou que aquele espaço já recebeu 394 pessoas, das quais 116 crianças com idade até aos 16 anos.

Carlos Moedas salientou que esta infraestrutura serve apenas de acolhimento temporário para os refugiados ucranianos que chegam a Lisboa, muitos dos quais já trazem referências de pessoas que conhecem em Portugal e seguem para outras zonas do país.

Por esse motivo, neste momento o centro, que está instalado num pavilhão desportivo da Polícia Municipal de Lisboa, na freguesia de Campolide, com 100 camas preparadas pela Cruz Vermelha Portuguesa, tem apenas 130 refugiados ao seu cuidado. Contudo, salientou o autarca, “o fluxo de refugiados está a aumentar” e ainda esta semana estão previstas várias chegadas.

Plataforma para crianças Também o Governo anunciou a criação de uma plataforma eletrónica para o registo de casos de menores ucranianos não acompanhados em Portugal ou em trânsito.

“É essencial reforçar a importância da identificação de todas as crianças que se encontrem nesta situação, quer estejam já em Portugal ou em trânsito, a fim de garantir a sua segurança e plena proteção, bem como o acesso a todos as valências de apoio existentes no país”, lê-se numa nota emitida pelo gabinete da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A plataforma PortugalforUkraine.gov.pt, que está alojada no portal oficial do Governo, vai ainda permitir o levantamento de disponibilidades de acolhimento temporário, assim como a identificação de ações voluntárias de transporte para território nacional.