Zelensky reconhece impossibilidade de adesão à NATO

“Ouvimos durante anos que as portas estavam abertas, mas também ouvimos dizer que não podíamos aderir. Esta é a verdade e temos de a reconhecer”, afirmou o presidente ucraniano durante um videoconferência da Força Expedicionária Conjunta (JEF, na sigla em inglês), uma coligação liderada pelo Reino Unido.

Zelensky reconhece impossibilidade de adesão à NATO

Volodymyr Zelensky afirmou esta terça-feira que a Ucrânia não poderá integrar a NATO, sendo essa uma das exigências da Rússia, acrescentando que os ucranianos estão a tomar consciência dessa impossíbilidade.

"Ouvimos durante anos que as portas estavam abertas, mas também ouvimos dizer que não podíamos aderir. Esta é a verdade e temos de a reconhecer", afirmou o presidente ucraniano durante um videoconferência da Força Expedicionária Conjunta (JEF, na sigla em inglês), uma coligação liderada pelo Reino Unido.

"Estou contente por o nosso povo começar a compreender isto e a confiar apenas nas suas próprias forças", disse Zelensku, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

Nas semanas anteriores à invasão russa, que teve inicio a 24 de fevereiro, os EUA e a NATO recusaram a ideia russa de que o país vizinho nunca seria admitido na Aliança Atlântica.

Apesar de a adesão à NATO ser um objetivo inscrito na Constituição ucraniana, assim como a integração na União Europeia (UE), Zelensky moderou a sua posição quanto a este assunto, afirmando-o numa entrevista dada na semana

A adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte é um objetivo inscrito na Constituição da Ucrânia, bem como a integração na União Europeia.

Zelensky já tinha moderado a sua posição sobre a adesão do país à NATO dizendo-o na semana passada, numa entrevista ao canal norte-americano ABC: "No que diz respeito à NATO, moderei a minha posição sobre esta questão há algum tempo, quando compreendemos que a NATO não estava pronta para aceitar a Ucrânia".

Na reunião com a JEF, o presidente ucraniano afirmou que a NATO "parece hipnotizada pela agressão russa", lamentando ainda que a Aliança Atlântica se tenha recusado a criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia.

"Há argumentos de que a 'Terceira Guerra Mundial' poderia começar se a NATO fechasse os céus [ucranianos] aos aviões russos. É por isso que a zona aérea humanitária não foi criada sobre a Ucrânia e é por isso que os russos podem bombardear cidades e matar pessoas, explodir hospitais e escolas", considerou.

Mesmo tendo-se mostrado resignado relativamente à não adesão da Ucrânia à NATO, Volodymyr Zelensky pediu "novos formatos de interação" da aliança, assim como garantias de segurança para o país que lidera.

"Qual será a resposta da NATO aos seus membros se perguntarem como se protegerão no caso, Deus nos livre, de aviões e mísseis russos voarem contra eles? A Rússia atacou a nossa região de Lviv. Um ataque com mísseis a 20 quilómetros das fronteiras da NATO. Os drones russos já caíram em território da NATO", disse em alusão ao ataque russo do passado fim-de-semana.

O governante admitiu que teria sido difícil para o seu povo resistir à invasão russa sem a ajuda dos países ocidentais mas afirma, contudo que a Ucrânia "precisa de mais".