Bombeiros de Cantanhede suspendem transporte de doentes não urgentes

“Estes são tempos extraordinários, que exigem medidas extraordinárias e urgentes”, realça o comunicado.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede vai suspendar, a partir de dia 1 de abril, a realização de transportes não urgentes, foi hoje anunciado.

"O aumento galopante do preço dos combustíveis, a par do reduzido valor por quilómetro pago pelo Estado, tornou este serviço incomportável para esta Associação Humanitária, forçando-a a esta drástica decisão", lê-se numa nota de imprensa dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede à qual a agência Lusa tee acesso.

A decisão afetará aproximadamente 80 utentes por dia e uma média mensal de aproximadamente 2.000 transportes.

"Estes são tempos extraordinários, que exigem medidas extraordinárias e urgentes", realça o comunicado.

Há já vários anos que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, no distrito de Coimbra, reivindica do Estado o aumento do valor pago por quilómetro no transporte de doentes não urgentes, sendo que o valor se mantém nos 0,51 euros desde 2012.

"Se, nos últimos anos, este valor tem sido insuficiente para cobrir as despesas, exigindo desta associação o redirecionamento de verbas no intuito de assegurar este serviço à população, com a subida do salário mínimo e a escalada do preço dos combustíveis a que se tem assistido ultimamente, este esforço passou a ser insustentável", lê-se ainda na mesma nota.

No comunicado, a Associação afirma que "não pode continuar a financiar um serviço que é da inteira responsabilidade do sistema nacional de saúde e do Estado português", sendo que, enquanto a situação não for revista e atualizada, esta associação vai "limitar-se só à prestação de socorro à população do concelho em situação de emergência".