Greve paralisa fábricas e cria problemas de abastecimento

Em Espanha, a greve das transportadoras já está a fazer estragos. Governo diz que este é “um boicote incentivado pela extrema-direita”.

Várias fábricas das indústrias siderúrgicas e lácteas pararam a produção esta quinta-feira devido a uma greve dos transportadores convocada pela Plataforma de Defesa dos Transportes. A paralisação afetou também o abastecimento de produtos frescos em grandes mercados grossistas e peixarias, noticia o El País.

Com receio de que os produtos pudessem escassear, os espanhóis correram aos supermercados para comprar produtos como leite e óleo, acabando por esvaziar prateleiras inteiras em vários supermercados. 

Segundo o ministro do Interior espanhol, foi reforçada a ação contra os piquetes informativos que apoiam a greve por tempo indeterminado que chegou esta quinta-feira o seu quarto dia, tendo mobilizado quase 24 mil militares.

A greve, dizem os camionistas, é motivada pelo aumento dos preços dos combustíveis mas o Governo nega que esse seja o motivo, garantindo que este é “um boicote incentivado pelo ódio e por posições de extrema-direita”, disse a porta-voz do ministro, Elizabete Rodrigues.

A ministra dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, Raquel Sánchez, garante que o Governo vai atuar com “consistência” para evitar incidentes nas estradas durante esta greve dos transportadores, deixando ainda a promessa de adoção de medidas “urgentes e necessárias” para o setor. No entanto, recusou uma reunião com os organizadores da greve, uma vez que o único interlocutor válido no setor é a Comissão Nacional de Transportes Rodoviários (CNTC).

Nem tudo tem sido pacífico nesta greve, que vai continuar por tempo indeterminado: alguns camiões foram vandalizados.

Greve atinge Portugal A ação no país vizinho está também a afetar os camionistas portugueses que se encontram a circular pelo país, como é o caso do presidente do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM).

Anacleto Rodrigues fez a viagem desde França e foi mandado parar por um piquete em Ciudad Real. “Eles põem-se num ponto estratégico, pedem-nos para parar e fazer uma pausa em solidariedade”, disse à TSF. “As instruções que tenho por parte da empresa é para não pôr em causa a minha segurança, nem do veículo e da mercadoria, por isso se me mandam parar, é para parar”, acrescentou.