Agente da PSP, de apenas 26 anos, em coma após ter sido agredido por fuzileiros

O jovem terá entrado em paragem cardiorrespiratória e terá tido de ser reanimado no caminho para o Hospital de São José, onde lhe terão sido detetados um coágulo e um aneurisma no cérebro.

Três dos cerca de dez homens que, na madrugada de sábado, agrediram quatro agentes da PSP fora de serviço nas imediações da discoteca Mome, na capital, foram identificados pela Polícia Judiciária. A informação foi avançada, na manhã deste domingo, pela CNN Portugal, que horas depois indicou que dois dos suspeitos haviam sido detidos.

Segundo o órgão de informação, estes são fuzileiros e partiriam numa missão das Nações Unidas ao estrangeiro nos próximos dias. Porém, depois dos ilícitos cometidos, terão sido retidos na base do Alfeite, em Almada. 

Sabe-se que a PSP, em comunicado, esclareceu que os supostos criminosos poderão incorrer na “prática de crime de homicídio na forma tentada”, tendo sido veiculado que integram o corpo de elite das Forças Armadas e terão igualmente ligações a um ginásio de boxe na margem sul do Tejo.

Na sequência dos desacatos, e de acordo com informação disponibilizada pelo Observador, “poderá ter sido o grito repetido enquanto pontapeavam Fábio Guerra, o agente da esquadra de Alfragide que está internado em estado crítico e em coma induzido no Hospital de São José, a dar a primeira pista às autoridades. ‘Isto é Sesimbra!’, terão gritado, segundo testemunhas ouvidas pelo Correio da Manhã, enquanto pontapeavam o agente, de 26 anos, natural da Covilhã, já prostrado no chão”.

O rapaz cumpriu serviço no exército português e foi árbitro da Associação de Basquetebol de Castelo Branco, como foi explicado por vários jornais regionais, tendo sido vítima das agressões nas imediações da discoteca de três pisos no 68 da Avenida 24 de Julho, onde em tempos funcionou a Kapital e posteriormente a discoteca Main. Estava somente a tentar impedir o desenvolvimento de cenas de violência entre os fuzileiros e os seguranças do estabelecimento de diversão noturna. 

As imagens de videovigilância captadas por este estabelecimento, tal como aquelas que foram filmadas pelo Hype Club, não terão sido esclarecedoras, na medida em que Fábio e os restantes agentes terão sido vítimas de violência num “ponto morto” entre as câmeras.

Segundo o jornal Público, alguns dos agressores terão cadastro e pelo menos dois terão desempenhado atividades de segurança ilegal na noite de Lisboa. A seu lado, os três colegas de Fábio Guerra – que terá entrado em paragem cardiorrespiratória e terá tido de ser reanimado no caminho para o São José, onde lhe terão sido detetados um coágulo e um aneurisma no cérebro – receberam assistência hospitalar mas sofreram apenas ferimentos leves, tendo recebido alta pouco tempo depois. 

“Salientamos que os polícias, apesar de não estarem em serviço, não deixaram de intervir, cumprindo com a sua condição policial, tentando manter a ordem pública a integridade física dos concidadãos que servimos”, afirmou a PSP, em comunicado. A força de segurança já disponibilizou acompanhamento psicológico, através da sua Divisão de Psicologia, aos polícias agredidos e aos seus familiares.