“Nunca bebeu uns copos?”, pergunta capelão da Marinha a Gouveia e Melo

Para o Licínio Luís, os dois fuzileiros, Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko, estavam “a divertir-se” e “foram provocados”, disse numa publicação partilhada na rede social Facebook, que entretanto fora apagada. 

O capelão da Marinha, Licínio Luís, reagiu às declarações do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Gouveia e Melo, ao defender os fuzileiros suspeitos de matar o agente da PSP Fábio Guerra, nas agressões ocorridas na noite de 20 de março. Numa publicação na rede social Facebook, Licínio Luís perguntou ao almirante se "nunca foi para noite" e se "nunca bebeu uns copos". 

Recorde-se que, no dia em que o corpo de Fábio Guerra foi enterrado, o CEMA juntou o corpo de fuzileiros e fez um discurso onde criticou duramente a agressão "selvática e despropositada", ao frisar que não quer "arruaceiros na Marinha" nem "militares sem valores". 

“Não te deixes levar pelas primeiras impressões”, escreveu Licínio Luís numa publicação partilhada no Facebook, que entretanto fora apagada. “O senhor almirante que aguarde pela Justiça. Julgar sem saber não corre nada bem”, apontou o capelão. 

Para o Licínio Luís, os dois fuzileiros, Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko, estavam “a divertir-se” e “foram provocados”. “O senhor almirante nunca foi para a noite? Nunca bebeu uns copos?”, perguntou a Gouveia e Melo. 

"Os nossos jovens têm direito a serem respeitados. Os jovens da PSP estavam no mesmo âmbito e alcoolicamente tão bem dispostos como os nossos. Juízo com os nossos julgamentos", assinalou ainda na publicação. 

Segundo o jornal Expresso, o capelão já esteve reunido com Gouveia e Melo, onde terá pedido desculpa pela sua declaração, ao garantir que não quis questionar a autoridade do CEMA. No entanto, a exoneração esteve em cima da mesa.

Fábio Guerra foi espancado na noite de 20 de março, em Lisboa perto da discoteca MOME, e morreu no dia seguinte, visto que não resistiu às lesões cerebrais. Os dois fuzileiros, suspeitos, estão em prisão preventiva.