Rússia diz que quer “construir uma Eurásia” de Lisboa a Vladivostok

Este objetivo foi revelado pelo Dmitry Medvedev, antigo Presidente da Rússia e homem de confiança de Putin, através do Telegram. A declaração mereceu um comentário de Olexander Scherba, antigo embaixador da Ucrânia na Áustria, na rede social Twitter, com uma pergunta direcionada para Medvedev.

Dmitry Medvedev, um dos homens de confiança do Presidente russo, Vladimir Putin, disse na rede social Telegram que um dos objetivos da Rússia é “construir uma Eurásia” desde Lisboa a Vladivostok.

A revelação foi feita, esta manhã de terça-feira, numa publicação partilhada pelo antigo Presidente da Rússia, onde reforçou uma ideia já proclamada pelo país de que há simpatizantes nazis na Ucrânia, pelo que os objetivos de Putin são a "desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia", embora não sejam “levadas a cabo de um dia para o outro".  

"Mudar a consciência sangrenta e cheia de falsos mitos de uma parte dos ucranianos de hoje é o objetivo mais importante. O objetivo é a paz das gerações futuras dos próprios ucranianos e a possibilidade de finalmente construir uma Eurásia, de Lisboa a Vladivostok", sublinhou Medvedev.

A declaração mereceu um comentário de Olexander Scherba, antigo embaixador da Ucrânia na Áustria, na rede social Twitter, com uma pergunta direcionada para Medvedev.

"'Ajudante' de Putin, Dmitry Medvedev: Queremos construir "uma Eurásia unida de Lisboa a Vladivostok". Então, nem mesmo Lisboa está segura agora?", questionou.

Segundo evidenciou o jornal Sky News, a discussão sobre uma zona de comércio livre entre o continente europeu e asiático – que constituem o supercontinente da Eurásia – não é de agora. Os russos pretendem desenvolver esta linha livre desde a capital portuguesa, a mais ocidental da Europa, a Vladivostok, a cidade do extremo oriente russo, onde termina o caminho-de-ferro transiberiano.

Além disso, Dmitry Medvedev na mesma publicação afirmou que as imagens que mostram centenas de mortos em Bucha, perto da capital ucraniana, são falsas. "A maternidade de Mariupol, agora Bucha. O que têm eles em comum? São as falsificações ", apontou.

Os ataques de Bucha, nos quais as autoridades ucranianas dizem que civis foram violados, torturados e mortos pelas tropas russas, têm sido negados pelo Kremlin, ao defender que as imagens divulgadas são “falsas”.