Capacidade de financiamento da economia sobe para 0,7% do PIB em 2021

Dados foram revelados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

No ano passado, a economia portuguesa apresentou uma capacidade de financiamento de 0,7% do produto interno bruto (PIB).

Os valores foram avançados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP), que explica que este resultado “reflete as capacidades de financiamento dos particulares e das sociedades financeiras (respetivamente de 4,4% e 1,5% do PIB) que, em conjunto, excederam as necessidades de financiamento das administrações públicas e das sociedades não financeiras (de 2,8% e 2,4% do PIB)”.

O banco liderado por Mário Centeno avança ainda que, em comparação com o ano anterior, a capacidade de financiamento da economia portuguesa aumentou 0,6 pontos percentuais (pp). “Este acréscimo reflete quer as reduções das necessidades de financiamento das administrações públicas e das sociedades não financeiras, de 3,0 pp e 0,5 pp, quer as diminuições das capacidades de financiamento dos particulares e das sociedades financeiras, de 1,8 pp e 1,1 pp, respetivamente”.

Em 2021, diz o BdP, os particulares e as sociedades não financeiras financiaram as sociedades financeiras em 4,8% e 3,2% do PIB, as quais, por sua vez, financiaram as administrações públicas em 9,7% do PIB.

Além disso, as administrações públicas financiaram os particulares e o resto do mundo em 1,2% e 5,5% do PIB, respetivamente. Ao contrário, o resto do mundo financiou as sociedades não financeiras em 4,9% do PIB.

Em comparação com 2020, as alterações mais significativas nos fluxos de financiamento intersetoriais foram o aumento do financiamento líquido das sociedades não financeiras às sociedades financeiras em 3,1 pp e o aumento do financiamento líquido das sociedades financeiras às administrações públicas em 5,3 pp.

O Banco de Portugal acrescenta também que as administrações públicas “inverteram a relação de financiamento com o resto do mundo, passando a ser um dos seus setores financiadores, em 5,5% do PIB”. E o resto do mundo financiou as sociedades financeiras em 0,2% do PIB, “contrariamente ao financiamento concedido pelas sociedades financeiras ao resto do mundo no ano anterior (3,8% do PIB)”.