Beja. Situação de seca “melhorou” mas prejuízos são “irrecuperáveis”

Em Beja, as chuvas de março não conseguiram melhorar a situação de seca na região.  “O que choveu foi pouco para repor as pastagens”.

As últimas chuvas ajudaram mas não chegam. “É evidente que melhorou um pouco. Há mesmo zonas, no sul do distrito de Beja, com solos mais fracos, em que estas chuvas provocaram logo escorrimentos e encheram pequenas charcas e barragens utilizadas para o abeberamento do gado”. Quem o defende é Rui Garrido, presidente da Associação de Agricultores do Sul, admitindo que a situação de seca “melhorou um pouco” no distrito de Beja mas os prejuízos “são irrecuperáveis”.

“Quando choveu, havia já prejuízos provocados pela seca que são irrecuperáveis, quer nas pastagens/forragens, quer nos cereais, quer nas oleaginosas de outono/inverno, como a colza”, disse numa entrevista concedida ao gabinete de imprensa da edição deste ano da Ovibeja, enviada à Lusa.

Na entrevista o responsável diz ainda que “o facto de as temperaturas também não terem sido muito altas, também foi positivo” para a melhoria da situação de seca naquela região. Só que “o que choveu foi pouco para repor as pastagens”.
Recorde-se que, tal como o i tinha avançado, a situação de seca desagravou-se significativamente com a chuva de março, deixando de haver zonas do país em seca extrema, o cenário que se vivia no fim de fevereiro em mais de 60% do território nacional. O balanço foi feito ao i pelo vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente.

“Estamos mais tranquilos mas temos de continuar vigilantes, economizar água e tornarmo-nos mais eficientes. Se há algo que sabemos é que o futuro nos reserva menos água”, sublinhou José Pimenta Machado, aludindo às análises que dão conta de um aumento dos anos secos em Portugal nas últimas décadas.

As chuvas de abril podem vir a permitir chegar ao verão numa situação mais confortável, admitiu Pimenta Machado, mas insistiu que, apesar da melhoria, a adaptação à seca e economia da água continuam a manter-se como preocupações.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, março foi o sexto mês mais chuvoso desde 2000, com o valor médio da quantidade de precipitação (102,5 milímetros) superior ao valor normal 1971-2000.