Oposição democrática

É uma sina ter maioria absoluta, ainda por cima quando a cultura política de alguns é escassa (e não sonham o que será a Sociedade Civil, dantes bem compreendida por certos políticos tidos de direita, como Francisco Sá Carneiro e Francisco Lucas Pires, apesar de ser um conceito de esquerda, faz falta a toda a gente).

Pedro d'Anunciação

Os  supostos deveres da oposição democrática levam-na a desfazer qualquer medida do Governo, mesmo que no seu íntimo a considerem boa, só pelo que entendem ser o seu dever.

Em princípio os cidadãos deviam fartar-se de a ouvir, e castigá-la muito só por terem de ouvir a sua oposição cega, nos telejornais. E é que são uma quantidade de deputados seguidos dos partidos contra o governo, a insultarem-lhe qualquer medida que seja. O problema é serem mal compreendidos, com a repetição de tantos partidos, à direita e à esquerda do Executivo. E são mesmo mal compreendidos. Bastava para o perceber ver um determinado editorial de um director, que é igualmente comentador televisivo.

É uma sina ter maioria absoluta, ainda por cima quando a cultura política de alguns é escassa (e não sonham o que será a Sociedade Civil, dantes bem compreendida por certos políticos tidos de direita, como Francisco Sá Carneiro e Francisco Lucas Pires, apesar de ser um conceito de esquerda, faz falta a toda a gente).

E isto não é só um problema de Portugal, mas de todas democracias orgânicas. Veja-se o que está a acontecer agora em França.

Apesar de muitos o desconhecerem, é relativamente fácil ser reeleito. Não é o Poder que desgasta mais, mas a Oposição. Talvez por isto mesmo.