Hacker português, líder de uma das maiores redes criminosas do mundo, detido no Reino Unido

O RaidForuns, segundo explica Europol, era um dos principais mercados na comunidade de hacking a nível global, contabilizando mais de meio milhão de utilizadores.

Um português, de 21 anos, líder do mercado ilegal RaidForuns — que foi encerrado e viu as suas infraestruturas apreendidas —  foi detido no Reino Unido e está à espera de ser extraditado, na sequência da operação "Tourniquet", coordenada pela Europol. O jovem está acusado de seis crimes, entre os quais crimes de acesso indevido e de fraude informática. 

O RaidForuns, segundo explica Europol, era um dos principais mercados na comunidade de hacking a nível global, contabilizando mais de meio milhão de utilizadores e "tinha-se afirmado ao vender o acesso a fugas de bases de dados de alto nível pertencentes a uma série de empresas americanas em diferentes indústrias", tais como "informação para milhões de cartões de crédito, números de contas bancárias e os nomes de utilizador e palavras-passe associadas necessárias para aceder a contas online", diz a força de segurança, em comunicado. 

Também a Polícia Judiciária, que coordenou a operação em Portugal, informa que este "foi o culminar de um ano de investigação meticulosa que envolveu a intervenção de autoridades policiais de vários países e que permitiu identificar um suspeito português como um dos principais administradores" do fórum. Para além disso, "foram realizadas várias buscas domiciliárias que conduziram à apreensão de bens materiais de elevado valor monetário e de um acervo de bases de dados que permitirão determinar a total abrangência dos factos, recolha de prova, eventual recuperação da informação exfiltrada e cabal incriminação dos autores". 

A operações contou ainda com o apoio de "alguns serviços dos Estados Unidos: casos dos US Secret Service (USSS), Federal Bureau of Investigation (FBI) e, US Internal Revenue Service (USIRS)", parceiros que têm colaborado Grupo de Trabalho Conjunto de Ação contra o Cibercrime da Europol, para identificar os "principais alvos e estabelecer uma estratégia coordenada para preparar a fase final da investigação". 

De acordo com a Europol, "este intercâmbio de informações permitiu aos investigadores definir os diferentes papéis que os alvos desempenharam neste mercado, ou seja: o administrador, os branqueadores de dinheiro, os utilizadores encarregados de roubar/enviar os dados, e os compradores".