Ucrânia. AR tenta consenso na condenação à invasão russa

PCP alega que há possibilidade de consenso sobre votos de condenação à Rússia.

A Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas decidiu criar um grupo de trabalho para discutir em conjunto os projetos de voto de IL, PSD, Chega, PS, BE, PAN e PCP, de modo a criar um texto comum sobre a posição da Assembleia da República na condenação da invasão russa da Ucrânia, ainda que alguns dos votos sejam contraditórios.

O presidente da comissão, o socialista Sérgio Sousa Pinto, propôs a discussão e votação em separado do projeto apresentado pelo PCP, alegando que era oposto aos restantes projetos.

No entanto, a deputada comunista Paula Santos pediu a inclusão do projeto do PCP na discussão, alegando que há possibilidade de chegar a consenso.

Também o socialista Paulo Pisco, encarregue de coordenar o grupo de trabalho, considerou que “seis dos votos são perfeitamente fundíveis”, mas criticou as referências à “condenação pelos crimes de guerra cometidos pela Rússia de Putin”, sustentando que é necessário haver “alguma prudência relativamente ao rigor jurídico” e que a confirmação da existência desses crimes deve caber ao Tribunal Penal Internacional – que já abriu as investigações.

A comissão também rejeitou um diploma do Chega, de “condenação pela postura do PCP e da Internacional Comunista em relação ao conflito na Ucrânia”, com os votos contra de PS, PCP, BE, PAN, e abstenção de PSD e IL.

Jerónimo de Sousa também anunciou que o PCP vai fazer uma declaração pública hoje, na Assembleia da República, sobre se o partido estará ou não presente na sessão solene com o Presidente da Ucrânia. A bancada comunista foi a única força política que se opôs à realização da sessão com Volodymyr Zelensky, por considerar que a iniciativa contribui para “a escalada da guerra, a confrontação, conflito e corrida ao armamento”.