FMI. Défice deve cair para 2,4% e dívida pública para 121,6% do PIB

Estas projeções fixam o défice acima dos 1,9% esperado pelo Governo para este ano, na proposta do OE.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que Portugal reduza o défice para 2,4% este ano e o rácio da dívida pública para 121,6% do Produto Interno Bruto (PIB), acima do esperado pelo Governo, segundo as previsões divulgadas ontem. O organismo internacional, prevê que o saldo orçamental caia dos -2,8% registados em 2021 para -2,4% este ano, reduzindo-se para -1,6% em 2023. Estas projeções fixam o défice acima dos 1,9% esperado pelo Governo para este ano, na proposta do Orçamento do Estado para 2022.

Segundo as projeções do FMI, Portugal irá continuar a trajetória de redução do défice, mas não prevê que atinja excedentes orçamentais ao longo do horizonte de projeção. Os dados divulgados apontam para um défice de 1,1% em 2024, de 0,9% em 2025, de 0,8% em 2026 e de 0,9% em 2027.

O rácio da dívida pública cai para 121,6% do PIB este ano, também acima dos 120,7% previstos pelo Governo. A instituição liderada por Kristalina Georgieva prevê uma redução do peso da dívida pública para 117,9% em 2023 e para 114% para 2024. E antecipa que a trajetória descendente continue ao longo do horizonte de projeção, atingindo 110,5% em 2025, 107,3% em 2026 e 104,5% em 2027.

Já o saldo orçamental primário (sem juros) deverá regressar a território positivo em 2023 (0,5%), após o défice em 2022 (-0,3%). Segundo as projeções, Portugal deverá atingir excedente no saldo primário de 0,8% entre 2024 e 2026.
Ainda esta segunda-feira, o FMI revelou que o crescimento da economia portuguesa deverá abrandar para 4% este ano e 2,1% em 2023. As contas são do Fundo Monetário Internacional (FMI) que revê assim em baixa as perspetivas para Portugal face aos 5,1% previstos em outubro. A instituição presidida por Kristalina Georgieva também cortou a projeção de crescimento para 2023 para 2,1%, quando em outubro estimava 2,5%.

De acordo com estas atualizações, o FMI torna-se, assim, a instituição mais pessimista entre as principais instituições nacionais e internacionais sobre a expansão do PIB português este ano. A explicação é simples: O Governo português prevê um crescimento de 4,9%, tal como o Banco de Portugal, enquanto o Conselho das Finanças Públicas estima uma expansão de 4,8%. Já a Comissão Europeia vê o Produto Interno Bruto (PIB) português a avançar 5,5% e a OCDE 5,8%.