Galp. Produção de diesel na refinaria de Sines pode ser afetada em maio

CEO garantiu que não há razão para alarme, uma vez que as necessidades de combustível em Portugal estão asseguradas.

A produção de diesel na refinaria da Galp em Sines pode ser afetada em maio, se não forem encontradas alternativas que garantam o fornecimento de gasóleo de vácuo que a empresa comprava à Rússia. “Ainda não assegurámos o abastecimento [de gasóleo de vácuo] para maio e, se não o conseguirmos fazer, poderemos ter de reduzir um pouco a atividade na refinaria”. referiu o CEIO da empresa. 

Andy Brown lembrou que a Galp deixou de importar matéria-prima da Rússia, após a invasão da Ucrânia, incluindo gasóleo de vácuo, que é refinado em diesel em Sines, e que ainda não encontrou alternativa capaz de garantir as necessidades para o mês de maio, o que pode afetar a produção naquela refinaria.

Ainda assim, garantiu garantiu que não há razão para alarme, uma vez que as necessidades de combustível em Portugal estão asseguradas, apesar de admitir que poderá levar à diminuição temporária da produção da refinaria de Sines e das exportações. E, por isso mesmo, deixou um alerta: a petrolífera tem estado a trabalhar com o Governo para diversificar as fontes de matéria-prima.

Já em relação à refinaria de lítio da Galp e da Northvolt em Setúbal, com arranque previsto até final de 2025, o CEO lembrou que terá sempre de recorrer à importação de matéria-prima, mesmo que venha a haver extração em Portugal. “Vamos importar a matéria-prima, o minério, e vamos importar do estrangeiro e, se for permitido [explorar lítio] em Portugal, vamos usar o português”, esclareceu.

Recorde-se que a petrolífera portuguesa a sueca Northvolt anunciaram, na semana passada, a escolha de Setúbal para a construção de uma refinaria de lítio, cujas operações deverão iniciar-se “até ao final de 2025”, com um investimento de cerca de 700 milhões de euros. No entanto, quando questionado sobre a escolha de Setúbal para a instalação da refinaria, e não a região norte, onde estão a maior parte das potenciais minas de lítio, Andy Brown garantiu que não se tratou de beneficiar uma região em detrimento de outra, mas sim da combinação de fatores vantajosos, como “um ótimo porto” e a conexão à indústria do cimento ou do papel, que existe na localização escolhida. “Fizemos uma análise muito detalhada e Setúbal foi o claro vencedor”, salientou.