Fórum para a Competitividade. PIB entre 2,5% e 4% este ano

Fórum para a Competitividade estima uma aceleração da inflação em 2022, para entre 3% e 4,5%.

O Fórum para a Competitividade reviu em baixa as perspetivas de crescimento para este ano, “em linha com o crescimento moderado esperado para os nossos parceiros comerciais e com a margem para recuperar da recessão de 2020”. Assim, o Fórum estima um abrandamento do crescimento, de 4,9% em 2021, para entre 2,5% a 4% em 2022 e uma nova desaceleração em 2023, para entre 1,5% a 3%, “com a eliminação da folga da economia”. E defende que “a invasão da Ucrânia deverá impedir um crescimento tão forte como inicialmente esperado”.

A entidade liderada por Pedro Ferraz da Costa não tem dúvidas: “É provável a persistência de tensões inflacionistas significativas até meados de 2022, mas que deverão abrandar posteriormente”. Por isso, estima que exista uma aceleração da inflação em 2022, para entre 3% e 4,5%. Em 2023, haverá condições para um abrandamento da inflação, para entre 1% a 2,5%. 

No que diz respeito ao desemprego, o fórum mantém o intervalo de previsão do desemprego para 2022, entre 6% e 6,5%, antecipando nova queda em 2023, para entre 5,5% e 6%. “Há três razões significativas que impedem que, no curto prazo, os salários possam acompanhar a subida dos preços: estarmos perante uma inflação da oferta; a perda de rendimento com o aumento dos preços das importações de energia; para não criar uma espiral inflacionista, em que se tenta correr atrás da própria sombra”, lê-se ainda.

A entidade deixa ainda o alerta que a União Europeia tem das mais elevadas dependências energéticas entre as maiores economias, “tendo como fonte a Rússia, que é o destacado primeiro exportador destes produtos, o que a torna de muito difícil substituição”.

Entre outros alertas, o Fórum para a Competitividade diz que a atualização das tabelas de IRS abaixo da inflação “constitui um aumento dos impostos sobre as famílias, que não se compreende num momento em que o consumo já está a ser penalizado pela inflação e pela guerra”.

E defende que os novos fundos a receber no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deveriam ter como destino duas medidas: “o reforço das dotações para recapitalização de empresas e movimentos de concentração empresarial”.