Investigador português defende que dose de reforço contra covid-19 deve ser administrada só se a pandemia piorar

A nova dose de reforço deve ser apenas inoculada em pessoas de maior risco, afirmou ainda o especialista do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa

Investigador português defende que dose de reforço contra covid-19 deve ser administrada só se a pandemia piorar

Uma nova dose de reforço da vacina contra a covid-19 deve ser apenas administrada em caso de agravamento da situação epidemiológica e só em pessoas de maior risco, sustentou o especialista do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, esta sexta-feira.

"Só faz sentido administrar uma quarta dose se a situação epidemiológica piorar muito e apenas aos grupos de maior risco", afirmou o investigador do instituto Miguel Castanho à agência Lusa.

Esta afirmação surge depois de a ministra da Saúde, após o Conselho de Ministros de quinta-feira, adiantar que as autoridades de saúde estão a preparar para a administração de uma nova dose de reforço da vacina antes de chegar a altura do outono e inverno.

"Vários estudos, incluindo um português, apontam para uma manutenção de proteção imunitária além do declínio de anticorpos. Portanto, não vale a pena persistir em vacinações sucessivas com a mesma vacina", assinalou Miguel Castanho.

Quanto ao fim do uso obrigatório de máscara – que foi decidido ontem e avançado já esta sexta-feira – o investigador disse que o objetivo das máscaras é o de "fazer reduzir todos os indicadores a níveis considerados aceitáveis".

Segundo o investigador, de todos os indicadores da avaliação da pandemia, o de “maior importância e impacto é a mortalidade”. No caso de Portugal, o país deveria corresponder a 15 mortes diárias ou menos, no entanto, esta média ainda atinge cerca de 20 óbitos por dia.

"Agora, subitamente, contrariando decisões recentes, [o Governo] abdicou de algumas medidas sem que o objetivo tivesse sido atingido. Não sabemos se o Governo claudicou no objetivo ou se quis apenas libertar-se do ónus da manutenção das medidas", considerou o investigador.

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