João Baião. “Quero ganhar rugas de experiência, não por me estar a chatear! A vida é bela!”

Tudo era um pretexto para fazer teatro – fosse no futebol, nos escuteiros ou na escola. Certo dia, quando estava a dar na televisão a primeira novela portuguesa – a Vila Faia – escreveu uma carta ao Nicolau Breyner, a dizer que adorava fazer uma novela. Sentado na esplanada do Hotel The One – Palácio…

Desde pequeno que o mundo do espetáculo está presente na sua vida. Esta paixão vem de onde?

Desde pequeno que eu vivo fascinado com o teatro. Eu arranjava sempre motivos para fazer peças. Fosse na escola, nos escuteiros ou nos treinos de futebol – porque eu sou de uma geração onde a adolescência era muito vivida na rua. Mas eu sempre fui assim, com muita energia. Fiz um grupo de teatro nos escuteiros, na escola procurava as peças que havia no livro de português para fazer com os meus amigos. E depois na rua, a brincar, havia também o teatro. Todo este mundo imaginário do espetáculo sempre povoou a minha infância e adolescência. 

E sempre gostou de estar ocupado…

Muito. Mas sempre com o sentido de responsabilidade muito apurado. Eu não saía de casa para ir aos treinos de ginástica, ou de futebol, ou para os ensaios de teatro, sem ter feito primeiro os trabalhos de casa. Quando a televisão começou a ganhar mais força em Portugal, os meus pais deitavam-me cedo, porque ainda era pequeno. Depois, muito sorrateiramente, ia às escondidas ver televisão. Ficava fascinado. E tudo o que eu via na TV, queria reproduzir. 

Como por exemplo?

Os Festivais da Canção, os concursos de misses… Mobilizava sempre os meus amigos para fazer teatro. Era sempre espetáculo. 

E quando é que percebeu que queria fazer do espetáculo profissão?

Eu nunca tive a real perceção do que queria ser. Na altura não fazia a mínima ideia se existia um conservatório, ou algo do género para este tipo de trabalho. Eu vivia fascinado. E um dia, quando estava a dar na televisão a primeira novela portuguesa – a Vila Faia – escrevi uma carta ao Nicolau Breyner, a dizer que adorava fazer uma novela. 

E recebeu uma resposta?

Recebi. O Nicolau respondeu-me qualquer coisa do género: «Um dia venha cá e faça uma audição».  Acabei por nunca ter ido.

Porquê?

Não sei. Naquela altura não havia internet, não havia os telemóveis de hoje em dia. Não existia esta dinâmica e proximidade com as pessoas que estavam à frente destes setores. 

A sua família foi sempre uma influência…

Claro. Os meus pais conheceram-se no teatro. O meu pai, que estudou música e canto, conheceu a minha mãe na Capricho de Beja, onde a minha querida mãe fazia teatro e o meu pai cantava e tocava. E o meu gosto vem daí. Eu arranjava qualquer pretexto para fazer teatro. Quando comecei a acompanhar o meu irmão e quando tínhamos ensaio, às terças e quintas, para mim eram dias de festa. Saía da escola, ou do trabalho, e lá ia eu.

Quando comecei a trabalhar, durante o dia – porque venho de uma família humilde e era preciso ajudar em casa – podia ter tido a oportunidade de estudar à noite, como aconteceu com o meu irmão. Mas para isso acontecer tinha de deixar o teatro. O meu irmão fazia parte de um grupo de teatro e já tinha um outro repertório. E eu ia, com nove anos, com o meu irmão. Um dia, sem pensar, vejo um anúncio de um jornal sobre um bar, em Lisboa, que estava à procura de novos talentos. E eu concorri.

Enquanto no grupo de teatro do meu irmão fazíamos autores portugueses, nos escuteiros – na secção de teatro que eu dirigia – escrevia originais que depois eram apresentados na festa de escuteiros, ao público. E concorri com alguns textos meus.

E como correu? 

Ganhei. O prémio era ficar lá uma vez por semana a fazer um espetáculo. Na grande final, dois dos jurados do concurso vieram falar comigo e desafiaram-me a participar nos castings do Teatro Nacional. Mais tarde, durante uma produção que um deles andava a fazer, falaram comigo para ir ao casting. E eu, com vergonha, não queria ir. Passado um tempo, já numa outra produção, lá fiquei, como parte da equipa de figuração. Depois, a partir daí, convidaram-me para ir para o Teatro Aberto e, como tinha uma profissão, tive de falar com os meus pais e tive de optar. 

Quando pensa na sua infância, o que lhe vem à cabeça?

As melhores memórias. Lembro-me dos Natais com a família em que reunia os meus primos todos e preparávamos um espetáculo. Um mês antes do Natal lá estava eu, com os meus primos, a inventar coisas! Lembro-me da minha infância na rua a brincar com os meus amigos. Lembro-me da passagem da bicicleta do meu irmão para mim. E das primeiras quedas, em Beja.

Lembro-me das minhas férias a acampar com a minha família. Era tudo muito vivido e em comunidade. Sempre gostei de estar com muita gente. Tanto que só desde há muito pouco tempo é que consigo estar sozinho. Sempre gostei de estar com muitas pessoas. Até a estudar eu estava à frente da televisão a ver a Cornélia. Os meus pais perguntavam-me como é que eu conseguia aprender alguma coisa assim, mas era como eu me sentia bem. 

O João não gostava de estar sozinho. Isso poderia estar relacionado com alguma insegurança?

Não. Nunca vi dessa forma. Até porque eu sou inseguro. Todos somos. Mas nunca procurei mentir nem construir um escudo para as minhas fragilidades. Sempre vivi muito de acordo com aquilo que eu sinto e de acordo com aquilo que é o dia a dia. As coisas sempre foram acontecendo naturalmente. Sou um bocadinho saudosista, não no sentido pesado, mas gosto muito de lembrar os tempos passados. 

É uma pessoa nostálgica.

Sim, mas não de uma forma doentia. 

Ainda mantém contacto com algumas pessoas da sua infância?

Uma das coisas boas que o Facebook trouxe é essa: o reencontro com quem crescemos e com quem aprendemos muita coisa. Tenho muitas saudades dos Santos Populares e dos circos. Uma vez tive um circo que ficou montado em frente à minha casa e aquilo para mim foi uma festa. Tudo para mim era um espetáculo. 

Os seus pais nunca quiseram que seguisse um outro caminho que não o do teatro?

Não. Quando tive de tomar a decisão de largar o emprego que tinha para ir para o teatro, os meus pais sempre disseram para eu fazer o que achava melhor. Tive sempre uns pais orgulhosos, que me apoiaram sempre. 

Qual era o emprego?

Trabalhava numa gráfica que, na altura, fazia as capas dos discos de música. Foi na empresa onde eu trabalhava que se fez a capa do Thriller, do Michael Jackson!

Até nesse emprego já estava ligado às artes…

Sempre, sempre!

Como é que foi deixar de trabalhar com a Tânia Ribas de Oliveira? Os dois têm uma relação muito especial.

Pois é… E falamos todos os dias. Todos os dias continuamos a mandar as mesmas mensagens. Quando recebemos o desafio, tanto ela como eu partilhámos o mesmo pensamento: ‘O que é que temos em comum?’. Mas a Tânia, que é inteligentíssima, e que tem uma forma de brincar com o português e com as palavras, disse: «Bem, eu sou o talk, ele (João Baião) é o Show». Lembro-me, por exemplo, de estar no Luxemburgo e ela, se não me engano, na Suíça.

Começou logo a simpatia um pelo outro. Só nos tínhamos encontrado algumas vezes. Eu fui jurado no Dança Comigo e ela concorreu. Ficou bastante chateada porque não lhe dei a pontuação máxima! E foi só assim: breves encontros. Eu acompanhava o trabalho dela enquanto repórter da Operação Triunfo e…. É uma coisa inexplicável. É raro acontecer. Eu e a Tânia parecíamos duas peças do mesmo puzzle. Até sou padrinho do primeiro filho dela e continuamos a partilhar muita coisa. Há sempre uma mensagem de bom dia e outra de boa noite. Todos os dias falamos. É sagrado. 

O que é que a Tânia lhe ensinou?

A Tânia deu-me uma outra perspetiva da televisão. Eu vinha de uma televisão que era feita uma vez por semana, e que era pensada para aquela altura e tinha de dar tudo, pelo menos era assim que eu via. E essa tal energia, agora, tinha de ser canalizada e dividida durante cinco dias por semana. Tinha de haver um equilíbrio. Tinha de haver uma versatilidade para passar de um assunto mais engraçado para outro mais sério. Isso aprendi com ela, assim como a parte técnica da televisão, porque eu vinha mais do espetáculo. 

E como foi a separação?

Eu estive seis meses para decidir se saía da RTP ou não. Foi muito difícil. Quando se está em paz, sair é muito complicado. Felizmente, tenho conseguido viver sempre em sítios saudáveis e ali, na RTP… Era o que era. Grandes amigos que lá tenho. Então ela [a Tânia]… Meu Deus [suspira]. Foi um horror sair. E depois foi enfrentar numa outra realidade: a de voltar à televisão privada e à guerra das audiências. Algo que eu consigo separar. Embora, claro, todos nós procuramos ter o maior número de público possível.

E com a Diana Chaves? 

Pois é… É um outro caso sério. A Tânia e a Diana são muito diferentes, mas ao mesmo tempo muito parecidas na sua essência, na sua verdade e na sua simplicidade de enfrentar a televisão. Ou de viver a televisão, porque o chamado ‘daytime’ tem de ser feito com autenticidade e com simplicidade. Caso contrário, é só plástico. 

Mas houve logo um clique entre os dois? Ou houve algum trabalho?

Não. Não deu trabalho nenhum. Quando nós começamos a querer ver por fora e a tentar ver o que há para melhorar, nunca vamos conseguir. Soa sempre a falso. Na altura, quando fomos desafiados pelo Daniel Oliveira, para as manhãs – uma coisa assim de um dia para o outro – não houve quase tempo para pensar. Foi. E pronto. A Diana foi muito massacrada pelas pessoas, porque comparavam muito o seu ritmo com o meu e não percebiam que as duas energias se podiam fundir.

Assim, muito calmamente, sem grandes stresses, fomos melhorando, sem esforço. Sem ocupar o ritmo dela ou o meu. E é desta simbiose – que nasceu naturalmente – que as coisas fluem. Hoje não há ninguém que me veja na rua e não diga: «Mande um beijinho para a Diana» – que era o que acontecia com a Tânia. 

E no que toca ao programa, foi desafiante ter retomado aquilo que a Cristina Ferreira deixou?

Foi desafiante, obviamente, ir para o horário onde estava a Cristina, que era um horário forte e que ela o tornou forte. É sempre desafiante quando estás com uma equipa com que nunca trabalhaste. É desafiante estar a trabalhar com um registo que as pessoas já conheciam e tentar dar uma outra vertente, mas sem nunca tentar substituir ou imitar. E é desafiante começar o caminho com uma pessoa com quem tiveste vários encontros e pouco mais. A Diana ajustou-se um pouco.

Dizia que ainda não se sentia em casa, mas eu, apesar de ter mais alguma experiencia, também não. E é incrível que toda a gente me diz que a Diana trata-me como se tivesse um instinto de mãe. E é natural, não é forçado. Isso é que nos aproximou mais, sem notarmos. Subestimaram a Diana, porque não a conheciam tanto. Mas fomos aprendendo e, de repente, as pessoas estavam seduzidas pela dupla. 

Falando agora dos seus animais, que são muitos… Como é que essa paixão começou?

Eu sempre tive cães na casa dos meus pais. E desenvolvi uma relação muito próxima com os animais. Quando morava em Sintra, tinha um cão, mas queria ter mais. E depois mudei-me, por sugestão da minha querida Maria João Abreu – que por acaso hoje [14 de abril] faria anos – e do José Raposo, que viviam no Cartaxo. Comecei a querer uma casa com mais espaço para ter animais. Fui para lá. Tinha galinhas, patos, uma vaca. Depois, uma amiga ofereceu-me um casal de lamas, mas não queria ter animais para estarem presos. Também não os queria domesticar – que se ajoelhem ou que digam olá. Mas lá vieram. De repente, eles têm um bebé. E nasce aqui uma proximidade. E pronto. 

Mas não ficou só pelos lamas…

Não. Porque depois queres ter mais. Durante a pandemia descobri e ganhei um fascínio pelas aves. É uma relação sempre de muito respeito pelo espaço. Fui fazer um programa e ofereceram-me um burro. Depois, quando percebes a vida de cada animal e a relação que podes ter com cada um – se ele te deixar – é um mundo. 

Fazem parte da sua família?

Claro. São a minha família. E ajudou muito durante a pandemia ter havido um espaço no qual eu pudesse estar com eles. 

O João é sempre muito ocupado, cheio de atividades. E as baterias, onde e como recarrega? 

Eu não me vejo a ir para as Maldivas durante uma semana. Morria de tédio. Eu descanso mais no centro de Nova Iorque ou em Las Vegas, por exemplo. Consigo descansar no meio da confusão. Hoje em dia já aprecio o silêncio, estar sozinho. Muitas vezes vou passear ou estou com os meus animais e não levo o telemóvel, que antes era uma coisa impensável.

Nestes momentos aproveito para descansar. Começamos a ver colegas que partem cedo demais e pensamos que deviam tirar mais tempo. Até porque a vida não é só trabalho. Eu adoro ler. Adoro ver séries e ir ao cinema. Tenho um ‘ritual’, com um grupo de amigos, em que uma vez por semana vamos ao cinema. Agora, no único dia de folga que tenho, voltei para o teatro. Mas eu queria muito fazer um espetáculo que andasse pelo país.  

Como surgiu a ideia dos Monólogos da Vacina?

Antes da pandemia, criei uma ideia de um espetáculo para fazer com quatro atores. Era uma comédia musical, um original, em que íamos brincar às televisões. Já tínhamos espetáculos marcados por todo o país. E depois veio a pandemia. Tivemos de ir para casa. Depois recomeçámos. E voltámos a ter de cancelar. Mas não desisti. A ideia inicial estava fora de contexto. E quando a coisa não é natural… E comédia tem de ser espontânea.

Um dia, na Casa Feliz, resolvi brincar e pus nas redes sociais uma fotografia da Dona Odete – a personagem que eu faço no programa – a brincar com os Monólogos da Vagina. Pus um cartaz a dizer “Monólogos da Vacina”. Já tinha pensado fazer um espetáculo sobre a Dona Odete, que seria chamado de “Dona Odete: o Musical”. Mas abandonei a ideia. De repente, começo na receber da parte de amigos, colegas e atores que os “Monólogos da Vacina” era uma ideia genial.

Desafiei uma série de colegas, amigos, escritores, para cada um escrever um texto. Alguns aceitaram logo. Reuni esses textos. Eu também escrevi alguns. Fiz as ligações, modifiquei outros. Juntei uma equipa de gente nova. Num mês e 20 dias fizemos este espetáculo. É um espetáculo que me deixa muito orgulhoso e estamos todos muito felizes. Recebemos imensa gente.

E a mensagem, qual é?

Brincar um bocadinho. Mas sempre respeitando as pessoas que sofreram com a pandemia. Agora que as coisas estão mais calmas é brincar com esta situação e perspetivar o futuro de uma forma otimista e alegre. No fundo, falar de uma forma ligeira destes anos. Andámos todos fechados, confinados e a falar sozinhos. Andámos todos em monólogos.

Mesmo que vivamos com outras pessoas, andamos todos, interiormente, a perguntar: o que é que é isto? De onde é que isto veio? Estreámos em Castelo Branco e não podíamos estar mais felizes. Nota-se que as pessoas estavam sedentas de voltar aos teatros. E isso é tão bom.

E vêm aí mais projetos?

Sim! Não sei se será “Monólogos da vacina – 2ª dose” – mas haverá mais. Agora, primeiro, temos de assentar, porque estou a ver em que é que o espetáculo está mais frágil para ir fazendo as alterações. Quando o espetáculo estiver completamente assente, é partir logo para outra. 

Existe o João que trabalha e o João que descansa? Ou eles vivem em harmonia?

Isto é tudo um complemento. É a continuação de mim próprio. Eu estou aqui, mas não deixo de ser o João Baião que estava de manhã na Casa Feliz. Eu não me consigo desligar. Não são pessoas separadas. Não é uma porta que se fecha. As portas estão todas entreabertas. E em todas elas eu sou a mesma pessoa. Mesmo no teatro, ao interpretar uma personagem, somos nós que lá estamos. É difícil conseguir separar. Às vezes estou a ler e tenho dificuldade em estar concentrado. Estou sempre a pensar. Já me sugeriram meditação, mas acho que não consigo. Mas eu não me queixo. Não me canso.  

Acha que é preciso modernizar a televisão?

Os formatos acabam por se seguirem uns aos outros, mas há uma coisa que os diferencia sempre: as pessoas que estão à sua frente. Se formos ver grandes formatos internacionais, por exemplo no Brasil ou em Espanha, os programas podem estar décadas que não esgotam. Aqui, em Portugal, é mais difícil. Viram três episódios de um programa e dizem logo que cansa. Hoje em dia há uma grande ansiedade de estar sempre a receber coisas novas.  

E o teatro? Não vai morrer?

Quando comecei já se falava na crise do teatro. Que a juventude não ia ao teatro. Hoje em dia não há um espetáculo de colegas meus, em Lisboa ou fora, que não esteja cheio. E tem muita gente jovem. Obviamente que o stand up, por exemplo, ganhou aqui uma força muito grande, principalmente nas camadas jovens. Mas há muita gente jovem. O teatro tem uma magia única, nada o poderá substituir. 

Tem alguma mensagem para os haters? Que gostam de mandar bocas, que querem ofender?

Não quero dizer nada. Não alimento esse tipo de coisas. Cheguei a meter um crítico em tribunal porque as críticas são todas bem-vindas, se forem feitas de uma forma construtiva. Agora, criticar gratuitamente, só para machucar, não. Na altura, nesse episódio em questão, pus esse crítico em tribunal porque acho que a crítica que ele fez foi abusiva, mal-intencionada e ofensiva. Agora? Não. É alimentar uma coisa que só me faz mal. Não estou preocupado com isso. Não vale a pena. Quer seja desta cor ou daquela, há de haver sempre alguém que não gosta. Eu costumo ler os comentários e fico um pouco irritado quando as pessoas falam sem saber. É perder tempo e ganhar rugas. E eu quero ganhar rugas pela experiência e por viver as coisas, e não por me estar a chatear! A vida é bela!

Está feliz?

Estou muito feliz. Há três semanas estava um pouco expectante com a peça. Costumo dizer, cinco minutos antes de se subir ao palco: «Ninguém sabe o que se sofre». Agora, depois de sete espetáculos e de ter visto que as pessoas gostam daquilo que preparámos, estou muito feliz. Tenho uma equipa maravilhosa. 

Agradecimento
Hotel The One – Palácio da Anunciada