Bruxelas anuncia embargo ao petróleo russo até ao final do ano

“Queremos que a Ucrânia ganhe esta guerra. No entanto, muito precisa de ser reconstruído”, afirmou Ursula von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia confirmou, esta quarta-feira, que “finalmente” vão propor "uma proibição total a todo o petróleo russo".

Ursula von der Leyen adiantou que este embargo surge como parte do sexto pacote de sanções contra Moscovo, na sequência da invasão russa da Ucrânia, que teve início no final de fevereiro passado.

“No último pacote de sanções, começámos com o carvão, agora estamos a abordar a nossa dependência do petróleo russo. Sejamos claros, não vai ser fácil [pois] alguns Estados-membros são fortemente dependentes do petróleo russo, mas temos simplesmente de trabalhar nesse sentido e propomos agora uma proibição do petróleo russo”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, no seu discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

 

 

Em causa está “uma proibição total de importação de todo o petróleo russo, marítimo e oleoduto, bruto e refinado”, adiantou a responsável.

“Certificar-nos-emos de que eliminaremos gradualmente o petróleo russo de forma ordenada, de modo a permitir-nos e aos nossos parceiros assegurar rotas de abastecimento alternativas e minimizar o impacto nos mercados globais. É por isso que iremos eliminar progressivamente o fornecimento russo de petróleo bruto no prazo de seis meses e de produtos refinados até ao final do ano”, explicou.

O objetivo é “maximizar a pressão sobre a Rússia, ao mesmo tempo que minimizamos os danos colaterais para nós e para os nossos parceiros em todo o mundo porque, para ajudar a Ucrânia, a nossa própria economia tem de permanecer forte”, acrescentou Ursula von der Leyen.

Sublinhe-se que as sanções mais duras não geram consenso na Europa, a braços com a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias, 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.

A presidente da Comissão Europeia referiu ainda que o Sberbank, o maior banco da Rússia, e dois outros grandes bancos vão sair do sistema Swift e que três grandes emissoras estatais russas vão ser banidas das ondas de rádio da UE, pois, justificou von der Leyen, "amplificam agressivamente as mentiras e a propaganda de Putin".

"Queremos que a Ucrânia ganhe esta guerra. No entanto, muito precisa de ser reconstruído", sublinhou, propondo que se comece a trabalhar num pacote de recuperação ambicioso “para os nossos amigos ucranianos. Este pacote deve trazer investimentos maciços para atender as necessidades e as reformas necessárias".