Infeções em meio hospitalar diminuíram entre 2015 e 2020

Os dados da DGS apontam também para um decréscimo, desde 2013, na resistência a antimicrobianos.

Entre 2015 e 2020 Portugal assistiu a um decréscimo na incidência das infeções em meio hospitalar. Os dados integram o Relatório anual do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA), da Direção Geral da Saúde, publicado hoje, Dia Mundial da Higiene das Mãos. Tem-se, então, assistido a uma menor taxa de infeção nestes meios, principalmente no que toca às infeções da corrente sanguínea, infeções associadas a prótese do joelho, a cirurgia colorretal e da vesícula biliar, bem como das pneumonias adquiridas em unidades de cuidados intensivos de adultos e neonatais.

Os dados da DGS dão conta ainda de uma redução, desde 2013, da resistência a antimicrobianos, principalmente a resistência do Acinetobacter – bactérias que estão na fonte de muitos casos de infeção hospitalar – aos antibióticos carbapenemes (que diminuiu de 70% para 15%), ou do Staphylococcus aureus à meticilina (de 48% para 30%). Apesar dos decréscimos da incidência nestas bactérias, o relatório do PPCIRA dá ainda conta de um aumento significativo na taxa de Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenemes.

 

Exemplo das crianças

No comunicado publicado pelo PPCIRA, os responsáveis pela criação deste relatório realçam ainda um curioso detalhe: as crianças são a faixa da sociedade que tem ‘dado o exemplo’ no que toca aos hábitos de higiene das mãos. “Em 2021, o PPCIRA, em parceria com a Direção-Geral da Educação (DGE), desenvolveu um estudo sobre os hábitos de higiene das mãos dos alunos do 2.º e 3.º ciclos, verificando-se que os inquiridos higienizavam as mãos ao chegar a casa, quando as mãos estavam visivelmente sujas, após usar a casa de banho e antes e após refeições. A maioria das crianças referiram também que higienizavam as mãos entre 6 e 10 vezes por dia, que conheciam bem a técnica de higienização das mãos e tinham conhecimento de que esta atitude evita infeções”, pode-se ler no comunicado, que enaltece também  a redução em 2020 do consumo de antibióticos em ambulatório. “A utilização de quinolonas, um dos antibióticos mais associados à emergência de resistências, caiu 69% entre 2014 e 2020, igualando a média europeia”, diz.