Vitória do Liverpool leva a corrida nos bilhetes

Mesmo antes de se saber se Manchester City estaria ou não na final da Liga dos Campeões, já os adeptos do Liverpool procuravam fervorosamente bilhetes para chegar a Paris, onde se joga a final.

O Liverpool conquistou um lugar na final da Liga dos Campeões, após bater o Villareal na meia-final por 2-0 e, mesmo antes de se saber se o Manchester City estaria ou não na final, já os ingleses corriam aos bilhetes de comboio e de avião para chegar à capital francesa, onde se jogará a final da liga milionária, a 28 de maio.

Os fervorosos adeptos do Liverpool, conhecidos pela sua inigualável paixão pelo clube e pela modalidade – são eles os autores da mítica frase ‘You’ll Never Walk Alone’ (Nunca caminharás sozinho) – já estavam, após a vitória nas ‘meias’, a todo o vapor nos preparativos para a final em Paris. Os bilhetes do comboio Eurostar, que liga Londres à capital parisiense através do túnel do canal da Mancha, esgotaram para dia 27, antes da final.

Aliás, o jornal britânico Daily Mail tentou comprar bilhetes para o dia da final, e já só estavam disponíveis lugares na categoria Business Premier, com preços a subir para além das 250 libras (cerca de 300 euros), com chegada às 19h50 em Paris, demasiado perto da hora antes do início da final da liga milionária. Antes disso, uma vez que os bilhetes para dia 27 já estavam todos esgotados, a única outra opção seria viajar no dia 26, e mesmo aí o preço não descia das 300 libras por pessoa (cerca de 350 euros).

Aliás, desde o momento da vitória do Liverpool frente ao Villareal, os adeptos correram em direção às bilheteiras para arranjar forma de chegar a Paris, e os preços rebentaram as escalas. Se os comboios chegavam a custar mais de 300 euros, o avião não se augurava uma opção mais em conta. O Mirror fez as contas e, já ontem, as viagens entre o aeroporto John Lennon, em Liverpool, e o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, não descima das 475 libras (cerca de 565 euros)… e este preço era relativo a um voo de ida e volta, com escala em Barcelona nas duas viagens, saíndo a 27 de maio e regressando a 29 de maio… mas a viagem de ida demoraria cerca de 12 horas, ao passo que a viagem de regresso quase 17 horas, devido às longas escalas em Espanha.

Já se os adeptos optassem por viajar até ao aeroporto de Beauvais, a 81 quilómetros do estádio parisiense, o preço da viagem – esta sim direta, sem escalas – custava 322 libras (cerca de 383 euros).

E toda esta confusão já estava instalada antes de os adeptos do Manchester City saberem se marcariam presença na final em Paris ou não, augurando-se ainda mais confusão caso essa realidade se viesse a confirmar.

Liverpool em altas A segunda mão da meia-final da Liga dos Campeões entre Villareal e Liverpool foi, no mínimo, um dos jogos mais memoráveis dos últimos anos no futebol europeu. Depois de chegar à metade final da eliminatória a vencer por 2-0, o Liverpool caiu aos pés do Villareal durante a primeira parte do jogo no Estadio de La Cerámica, onde, ao intervalo, perdia por 2-0.

O resultado total da eliminatória marcava um empate a duas bolas, e o palco estava montado para uma reviravolta épica do emblema de Unai Emery, que se mostrava claramente superior a um Liverpool distraído.

E o jogo foi, realmente, de reviravolta… mas não para o Villareal. É que, na segunda metade do jogo em Espanha, os reds ganharam nova vida com a entrada de Luis Díaz, o ex-FC Porto que tem feito furor em Liverpool, e que fez arrancar o motor ‘vermelho’ que na primeira parte se mantinha silencioso.

Depois de estar a perder por 2-0 ao intervalo, o emblema de Jürgen Klopp acabou a partida vencendo por 3-2, com golos de Fabinho, Díaz e Mané, garantindo um lugar na final da liga milionária. Que queda que foi para os de Villareal, que estavam quase a saborear o lugar na final da liga milionária, e que, ao fim dos 90 minutos de jogo, tiveram de lidar com o amargo sabor da derrota. Um final frustrante para os campeões europeus em título da Liga Europa.

Por sua vez, no entanto, o Liverpool segue ‘nas nuvens’. “[A vitória] é tão especial porque foi muito difícil para nós. Antes do jogo, eu disse aos rapazes que queria que as manchetes fossem ‘a mentalidade dos monstros estiveram na cidade’. Eu queria desde o primeiro momento, mas a segunda metade foi mesmo assim. A forma como regressamos no segundo tempo foi tão especial. Foi um desempenho de topo”, celebrava Jürgen Klopp, numa altura em que, no campeonato inglês, o Liverpool luta renhidamente pelo primeiro lugar, ocupado pelo rival Manchester City, que se gaba de ter mais um ponto no campeonato inglês. 

Na Liga dos Campeões, o Liverpool segue numa maré de bons resultados que têm marcado as últimas temporadas, depois de praticamente 15 anos de ‘secura’ no futebol europeu, desde a conquista na liga milionária de 2005, até à vitória na final da edição de 2019 da mesma competição, frente ao Tottenham. 2019 foi, aliás, um ano em cheio para o Liverpool, que não só foi campeão na liga milionária, mas também na Supertaça europeia e no Mundial de clubes.

2022 pode, no entanto, ser um ano ainda mais ‘frutuoso’ para o Liverpool, que já venceu a Taça da Liga inglesa, ao mesmo tempo que ainda está na luta pela vitória no campeonato, na Liga dos Campeões e na Taça inglesa, cuja final se joga a 14 de maio, frente ao Chelsea. 

Jogo louco em Madrid Real Madrid e Manchester City disputaram ontem na capital espanhola a segunda meia-final da Liga dos Campeões. Afinal de contas, qualquer uma das equipas dizia muito ao Liverpool. Por um lado, o Manchester City representa, neste momento, o seu maior rival na luta pela conquista do título inglês, precisando desesperadamente os reds de um ‘deslize’ dos citizens para poder subir ao topo da tabela classifcativa. Por outro lado, o Real Madrid foi o ‘carrasco’ do Liverpool na final da Liga dos Campeões em 2018, pelo que – e Mo Salah chegou mesmo a verbalizar este desejo – 2022 poderia ser o ano da ‘vingança’ contra os merengues.

Ao início do jogo, os citizens, entre eles Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva, seguiam em vantagem após vencer, por 4-3, na primeira mão. Em Madrid, até ao intervalo, no entanto, tudo se mantinha a zeros.

Mas o emblema de Pep Guardiola colocou-se na frente com Bernardo Silva a destacar-se pela positiva, assistindo Mahrez para o primeiro golo da noite. Tudo parecia decidido. Mas Rodrygo bisou para os madrilenos já nos descontos, levando a partida a prolongamento. A segunda vaga para a final encontrava-se ainda em aberto à hora de fecho desta edição.