Obviamente, Luís Montenegro

Ora, quanto a este essencial aspeto, Luís Montenegro já demonstrou bem o que quer e ao que vem: o adversário do PSD não é a IL, não é o Chega, não é o CDS. O adversário do PSD é um e apenas um. O adversário do PSD é a governação socialista.

Por João Rodrigues, Advogado, Vereador do Urbanismo e Inovação da CM de Braga

É absolutamente fundamental e urgente: o PSD tem, de uma vez por todas, de se cumprir e, para que isso aconteça, terá de exercer o papel que lhe foi imposto pelos portugueses nas últimas eleições legislativas. 

O PSD tem de se assumir, sem delongas ou meias palavras, como o principal partido da oposição e terá de provar, todos os dias, que é a única e verdadeira alternativa à situação. É, de resto e a par da união do partido, esta a principal incumbência que se espera ver cumprida pelo próximo líder do partido.

Não pode, por isso, o PSD limitar-se, como tem acontecido nos últimos anos, a ser um catavento da narrativa imposta pelos socialistas ao debate público. Pelo contrário, deve ser o PSD a impor o sentido e a relevância do debate, demonstrando que há um outro caminho para Portugal e que é nesta alternativa que os eleitores podem e devem confiar.

É, também, muito importante que quem se propõe liderar o PSD não tenha dúvida alguma de que só será a alternativa que os portugueses procuram, se colocar do outro lado da barricada quem, de facto, governa e quem, por isso mesmo, tem de ser combatido. 

Parece óbvio (e, por isso mesmo, absurdo ter de ser explicado) que quando queremos vencer um adversário o temos de combater a ele e não a um outro personagem qualquer. E isto ainda mais óbvio se torna se essa personagem nos for interessada e engenhosamente imposta pelo próprio PS.

Ora, quanto a este essencial aspeto, Luís Montenegro já demonstrou bem o que quer e ao que vem: o adversário do PSD não é a IL, não é o Chega, não é o CDS. O adversário do PSD é um e apenas um. O adversário do PSD é a governação socialista.

Contrariamente, o outro candidato, cujo percurso respeito, dá-nos através deste pequeno grande pormenor a maior prova de que está longe de ter acertado o compasso na medida certa. A ideia de que o combate político tem de ser travado contra outro partido que não o PS, é a demonstração perfeita (e preocupante) de que há ainda quem não tenha percebido o que nos levou a este estado de coisas. E cair na esparrela de encontrar um adversário que não o PS era a maior alegria que o PSD poderia dar a António Costa e aos socialistas. 

Luís Montenegro já demonstrou, também, que é um hábil conciliador de pessoas e de vontades. 

A forma como, com mestria, liderou o grupo parlamentar do PSD, no tempo de Pedro Passos Coelho, e conseguiu manter a unidade no interior do grupo parlamentar (quão difícil terá sido convencer alguns deputados a votarem certas matérias) e um bom (e, sobretudo, controlado!) relacionamento com os deputados do parceiro CDS são o melhor exemplo disso mesmo. 

Ora, num partido que tem a sua maior riqueza na diversidade de pessoas que o compõem e que nele se reveem, a capacidade de o unir numa mesma frente é absolutamente essencial, não tendo eu qualquer tipo de dúvidas relativamente ao facto de Luís Montenegro, se eleito, ser o mais bem preparado para cumprir esta tarefa. 

Luís Montenegro já disse que contará com todos: com todos os militantes, com todos os deputados, com todos os autarcas, com todos os dirigentes, com todos os independentes que queiram ajudar o PSD a mudar este estado de coisas. 

Fico, com tudo isto, feliz. É que não tenho quaisquer dúvidas do resultado que tudo isto trará para o PSD e, sobretudo, para o país e para os portugueses se, como espero e acredito que aconteça, for bem sucedido e provar que não estamos condenados à inevitabilidade de ter o PS a comandar os destinos do país.