FMI revê em alta crescimento do PIB para 4,5% este ano

Mas piorou a taxa de inflação para 6% e defende ajuste orçamental.

A equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI), que esteve em Portugal para a sua avaliação anual, melhorou a perspetiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português para 4,5% este ano, no entanto, piorou a taxa de inflação para 6%, mas acredita que irá começar a recuar em 2023 devido à queda dos preços da energia e dos alimentos.

O organismo internacional No World Economic Outlook, publicado em abril, previa uma expansão do PIB de 4% este ano e de 2,1% em 2023. Mas, no documento agora revelado, diz que o crescimento deverá ser impulsionado pelo consumo privado, apoiado por uma normalização mais rápida da taxa de poupança das famílias, pelo investimento público, refletindo o Plano de Recuperação e Resiliência, e pelas exportações, com o turismo a atingir o nível pré-pandemia em 2023.

No entanto, dá nota dos novos riscos provocados pela guerra na Ucrânia, considerando que apesar do impacto para Portugal ser sobretudo indireto, os preços das ‘commodities’, maiores estrangulamentos na oferta, confiança e procura externa mais fraca e condições financeiras mais apertadas deverão pesar na recuperação e na subida dos preços.

O FMI defende também que Portugal irá precisar a partir de 2023 de um ajuste gradual de forma a reconstruir o espaço orçamental, responder às pressões do envelhecimento, aumentar o investimento público e reduzir os riscos com a dívida. Para a missão liderada por Rupa Duttagupta, “estes esforços são fundamentais para cumprir a prioridade de longo prazo de aumentar o potencial de crescimento de Portugal e acelerar a convergência de rendimentos com o resto da zona euro”.