BCP. Lucro dispara para 112,9 milhões no primeiro trimestre

O BCP contou com menos 740 trabalhadores, passando de 7004 no primeiro trimestre de 2021 para 6264 nos três primeiros meses do ano. Também reduziu 55 sucursais ao passar de 476 para 421. 

O BCP registou lucros de 112,9 milhões de euros no primeiro trimestre, o que representa um aumento de 95,2% face ao mesmo período do ano passado.  Ainda assim, a instituição financeira liderada por Miguel Maya garante que os resultados foram negativamente influenciados pelos encargos com os créditos em francos suíços da operação na Polónia, já que se, esses custos o resultado líquido teria sido de 174,6 milhões de euros nos três primeiros meses do ano. 

Na atividade em Portugal, o resultado líquido registou um crescimento de 29% face aos 83,4 milhões de euros alcançados no primeiro trimestre do ano anterior, totalizando 107,6 milhões de euros nos primeiros três meses de 2022, com a instituição financeira a justificar esta subida com o “crescimento do produto bancário e pela redução dos custos operacionais”. 

A margem financeira subiu 24,1% para 465,1 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, enquanto as comissões registaram uma subida de 21,7% para 192,8 milhões de euros. Já o produto bancário evoluiu 21,2% para 700,7 milhões.
Os custos operacionais do BCP ficaram praticamente inalterados nos 255 milhões, com o rácio de eficiência a melhorar dos 43,6% para os 36,4%.

O BCP contou com menos 740 trabalhadores, passando de 7004 no primeiro trimestre de 2021 para 6264 nos três primeiros meses do ano. Também reduziu 55 sucursais ao passar de 476 para 421. 

Afasta agravamento das perdas com créditos

O presidente do banco BCP acredita que o aumento da inflação e das taxas de juro não deverá ter um impacto importante nas imparidades para perdas com créditos, desde logo tendo em conta a boa situação do emprego. Miguel Maya disse também que, na concessão de crédito o banco já perspetiva o esforço dos clientes face a um cenário de aumento considerável das taxas de juro, pelo que não espera que as perdas com créditos sejam de alguma dimensão preocupante. “Se a situação de emprego se agravasse, o que não parece ser o caso, poderíamos ter um problema adicional, felizmente não há”, disse na apresentação de resultados.

De acordo com o banqueiro, um nível de inflação de cerca de 2% é positivo para economia (e, logo, para o sistema bancário) e a questão agora é “qual o tempo que irá demorar a inflação a ir para um patamar próximo de 2%”, considerando que para isso será fundamental a evolução do conflito na Ucrânia.

Já quanto à normalização da política monetária pelo Banco Central Europeu (com destaque para subida das taxas de juro diretoras), o presidente do BCP diz que acredita que essa “normalização não vai ser muito agressiva” mais a um “ritmo adequado”, considerando que o pior que pode acontecer é uma política monetária que fragmente a zona euro.

Miguel Maya voltou ainda a garantir que uma aquisição do novobanco não está nos planos do BCP, embora reconheça que a instituição financeira está agora melhor preparada se tivesse essa intenção. “Os bancos de investimento vivem de apresentar operações. Os investidores internacionais quando vêm a Portugal e falam com o BCP também vêm com grandes sugestões para aqui e para ali, e questionam sobre o novobanco“, referindo ainda que o crescimento do BCP “é orgânico”.

*Notícia atualizada às 19h