A desnazificação de Setúbal

Cada cidade tem o que merece. Abandonada pelo resto do país, felizmente a Câmara de Setúbal tem aliados internacionais que topam os nazis ucranianos a léguas…

por João Cerqueira

Desde que Átila forçou as tribos germânicas a migrar para Ocidente que não se via tamanha invasão de bárbaros, os nazis ucranianos. Descendentes dos amigos de Hitler que receberam de braços abertos as tropas alemãs, estes ucranianos nasceram com o gene da ideologia nazi, o que os leva a fazer saudações com o braço direito mal saem da barriga da mãe, a pronunciar como primeiras palavras Heil Hitler, a tentar gasear os colegas judeus da escola com bombinhas de Carnaval e, como corolário dessa maldade inata, a não reconhecer Putin como seu salvador. Ante a passividade do mundo ocidental, que desde Chamberlain não para de tentar apaziguar nazis, a Rússia atuou. E os nazis ucranianos, tal como os Neandertais, encontraram o último refúgio em Portugal.

Desde então, começaram a acontecer coisas estranhas: a edição portuguesa do Mein Kampf esgotou-se (eles têm facilidade com as línguas), pintaram uma cruz suástica no Bairro Alto, aumentou o número de homens com a cabeça rapada e está a haver um consumo suspeito de cerveja, pernil de porco e chucrute – a ementa  favorita das SS. Eu próprio vi um ucraniano com uma t-shirt do Michael Schumacher. E muitos deles admitem admirar Angela Merkel – a nazi da austeridade.

Felizmente, nem todas as cidades se amedrontaram com a horda ucraniana. Lisboa mostrou como se resiste à invasão nazi tratando a sua Câmara Municipal de identificar os inimigos de Putin que semeavam o terror nas ruas e enviar os seus dados pessoais para a Rússia. Graças a esta medida preventiva, o povo russo, e o português, estão agora mais seguros. 

Seria de esperar que outras cidades seguissem o exemplo desnazificador de Lisboa, mas tal não aconteceu. Apenas Setúbal, com o seu passado de resistência antifascista, ousou enfrentar os bárbaros. A sua Câmara comunista entregou os refugiados ucranianos ao casal Igor Kashin e Yulia Kashina, dois democratas russos com ligações ao Kremlin, à Casa da Rússia, ao Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos e à Liga dos Amigos dos Gulags. E os dois bravos Kashinos puseram logo em sentido os ucranianos fotocopiando os seus documentos e sujeitando-os a interrogatórios que, tirando umas bordoadas e uns tiros na nuca, faziam lembrar os métodos do KGB.

Se fossemos um país que prezasse a liberdade, os Kashinos seriam também utilizados para farejar fascistas portugueses e receberiam uma condecoração daquelas que toda a gente recebe pelos serviços prestados à pátria. Mas eis que se ergue um coro de jornalistas e políticos de extrema-direita a condenar o ato. Os Kashinos são afastados e os ucranianos passam a ser tratados como meros refugiados. Ou seja, 160 nazis à solta.

Setúbal não merecia isto. Que ninguém se admire se brevemente as garrafas de Moscatel surgirem com suásticas nos rótulos, os cidadãos que tiveram um antepassado judeu no tempo de Espinosa aparecerem com uma estrela amarela no peito ou os golfinhos se recusem a entrar no estuário do Sado.

Cada cidade tem o que merece. Abandonada pelo resto do país, felizmente a Câmara de Setúbal têm aliados internacionais importantes que topam os nazis ucranianos a léguas. O antigo presidente Lula da Silva, injustamente acusado de ser o maior corrupto da América Latina, considera que o Presidente Zelensky é tão responsável pela guerra como Putin e culpa ainda a NATO e os Estados Unidos. Poderia ter sido mais claro, apontando o dedo apenas à Ucrânia, à NATO e aos Estados Unidos, mas não se pode exigir tanto a um homem que já deitou culpas na mulher morta e saiu há pouco da cadeia.

Devido aos elevados padrões éticos da sociedade brasileira, Lula há de voltar a ser Presidente do Brasil e então condecorará a Câmara de Setúbal e  os Kashinos com a Grã-Cruz da Cachaça e vetará a participação no carnaval do Rio de Janeiro a nazis ucranianos.