Função Pública. Portugal gasta mais do que a Europa a pagar salários

Bruxelas publicou relatório sobre Portugal.

A Comissão Europeia chamou a atenção para o crescente peso do número de funcionários públicos em Portugal nos últimos anos, “o que tem conduzido a um aumento permanente dos gastos públicos”.

No relatório sobre Portugal, divulgado esta segunda-feira, Bruxelas diz que “a despesa de Portugal com os salários na Função Pública superou em 1,3 pontos percentuais a média da União Europeia em 2021 (11,8% do PIB em Portugal, o que compara com 10,5% na União)”.

Feitas as contas, o número de funcionários públicos em Portugal “atingiu um máximo no quarto trimestre de 2021”.

Ainda esta segunda-feira o vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis defendeu que, como Portugal é um “país muito endividado”, deve ter uma “política orçamental prudente”, com limite das despesas correntes, e investimentos na área da energia.

“Portugal é um país muito endividado e, por isso, a nossa recomendação é a de assegurar uma política orçamental prudente, em particular limitando o crescimento das despesas correntes financiadas a nível nacional abaixo do crescimento potencial do PIB a médio prazo”, disse o responsável.

Já sobre a invasão russa na Ucrânia, Bruxelas defende que são esperados impactos “limitados” na recuperação portuguesa.

Economia

No relatório, Bruxelas diz que a economia portuguesa “continua a recuperar depois de ter sido duramente atingido pela pandemia”, acrescentando que a economia de Portugal estava a crescer “a um ritmo sólido antes da crise do covid-19”.

Mas recorda que o país contava com uma grande exposição ao turismo antes da pandemia, o que fez com que a economia fosse mais afetada e o PIB tivesse uma contração de 8,4% em 2020. Mas a economia cresceu 4,9% em 2021, “recuperando mais da metade do nível de produção perdido em 2020”.

Estima-se que o PIB tenha atingido os níveis pré-pandemia no primeiro trimestre deste ano. A inflação subiu para 0,9% em 2021 e deverá aumentar ainda mais para 4,4% em 2022, “devido a uma volatilidade significativa nos mercados de commodities afetados pela invasão russa ma Ucrânia”.