FDUL ainda não contactou vítimas de assédio e discriminação

Em entrevista ao i, em abril, a diretora da FDUL garantiu que as vítimas seriam ajudadas.

No espaço de apenas 11 dias, depois de ter aberto um canal para receber denúncias de assédio e discriminação, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) recebeu 50 queixas, relativas a 10% dos professores. No entanto, o gabinete de apoio às vítimas ainda não começou a contactar as mesmas.

Em declarações ao jornal Público, a FDUL deixou claro que estará a “ultimar os detalhes relativos à contratação do psicólogo que irá integrar o gabinete de apoio às vítimas”. Recorde-se que, no início de abril, foi noticiado que sete dos 31 professores alvo de queixa correspondem a mais de metade dos relatos. Assim, de acordo com o canal aberto pela instituição de Ensino Superior, foram rececionadas 29 queixas de assédio moral e 22 de assédio sexual, entre outras de variados carizes. 

Foram também verificadas denúncias de práticas discriminatórias de sexismo, xenofobia/racismo e homofobia. Simplificando, podemos concluir que foram recebidas 70 denúncias e, destas, 50 dizem respeito a 31 docentes. Sete destes têm mais de metade das queixas e há um com nove e dois com cinco.

A 8 de abril, em entrevista ao i, Paula Vaz Freire, diretora da FDUL, quando questionada acerca da colaboração com a Ordem dos Advogados e a dos Psicólogos, a dirigente clarificou que ambas aceitaram de imediato auxiliar aquela instituição de Ensino Superior. 

“Sim, houve uma recetividade muitíssimo grande. Ainda vamos acertar os detalhes até ao final do mês. Os dois bastonários quiseram dar-nos a mão desde o primeiro minuto e estou-lhes muito grata por isso”, referiu, acrescentando que “haverá pessoas externas à faculdade, através da Ordem dos Advogados e dos Psicólogos, a darem apoio às vítimas”. “Não queremos que os alunos tenham medo”, frisou.

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