Novos casos de covid-19 abrandam e pico pode já ter passado

Depois da subida acelerada, já se nota um abrandamento na sexta vaga de covid-19 em Portugal. 

Depois da subida acentuada nas últimas semanas, já se nota um abrandamento nos novos diagnósticos de covid-19, o que indicia que o pico da sexta vaga pode já ter passado. Os próximos dias, sabe o i, permitirão perceber melhor o desenrolar da curva epidémica, numa altura em que já é dominante a nova linhagem BA.5, mais transmissível.
Ontem o Governo avançou com uma alteração na testagem, que permitirá que testes prescritos pelo Serviço Nacional de Saúde, desde logo os que são passados pelo SNS24, possam ser feitos nas farmácias. A positividade mantém-se elevada, com uma transmissão elevada, mas há agora sinais de um desagravamento do cenário que estava a ser traçado com base na evolução de há duas semanas.

Na semana passada, a ministra da Saúde chegou a admitir 60 mil casos de covid-19 por dia no final do mês, com base nas previsões feitas pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. O abrandamento dos últimos dias deverá no entanto levar a uma revisão destas perspetivas que se tornam agora pouco prováveis, a menos que haja uma alteração.
Apesar do abrandamento de casos no final da semana passada depois de um pico de 38 474 diagnósticos na segunda-feira da semana passada, no último domingo voltaram a ser feitos mais diagnósticos do que no domingo da semana passada. No entanto, no sábado, foram consideravelmente menos (16 729, quando no sábado 14 de maio tinham sido 19 253), pelo que os dados desta segunda-feira deverão permitir perceber melhor se existe uma descida consistente. 

No Hospital de São João, no Porto, o abrandamento das idas às urgências levou a unidade a decidir não avançar com a elevação do nível de contingência, dado que a procura às urgências diminuiu no fim de semana. A pressão mantém-se no entanto elevada, com cerca de 200 profissionais estão de baixa por estar infetados. Na mortalidade diária atribuída à covid-19 não se nota ainda um abrandamento, pelo contrário: há três dias consecutivos que morrem no país mais de 30 pessoas, uma consequência do aumento das infeções nos mais idosos. Morreram desde o início de maio 560 pessoas com covid-19, 11 vezes mais do que em maio de 2021. Em abril registaram-se 591 mortes, um balanço que deverá ser ultrapassado este mês.