A Sanções contra a Rússia e a sua Revogação

Os EUA e a UE podem muito bem adicionar aos seus problemas e temores, uma inflação recessiva pois as suas medidas punitivas deram o tiro pela culatra.

por Roberto Cavaleiro 

No final de 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA foi avaliado em US$ 23 trilhões enquanto o da China e da UE igualavam-se em US$ 17,5 trilhões. O da Rússia foi considerado pelos economistas ocidentais como equivalente ao da Espanha e os seus governos estavam convencidos de que o conflito na Ucrânia poderia ser rapidamente terminado com a imposição de sanções financeiras e embargos comerciais.

Mas esses cálculos ignoraram tanto (1) o ajuste que deve ser feito no PIB para a paridade do poder de compra nas economias domésticas e (2) os avanços da Federação na sua influência diplomática e geopolítica no hemisfério oriental. Estes fators adicionaram resiliência á economia russa e agora está a par á da Alemanha em cerca de US$ 5 trilhões e apresenta um potencial de crescimento baseado na produção de bens essenciais e não na prestação de serviços em áreas como finanças, electrónica, moda e entretenimento. Em termos globais, a Rússia exporta quase 20% de todos os alimentos; metais como níquel, ferro e platina; fosfatos e fertilizantes; óleo e gás. Tem fronteiras porosas através das quais pode chegar a clientes comerciais e agentes do Oriente.

Quanto ao pagamento, os reguladores dos EUA e seu Comité Bancário do Senado realizaram varias reuniões de emergência para elaborar métodos para limitar uso de criptomoedas para contornar sanções; mas não conseguiram fazer nenhum progresso significativo. As características únicas do sigilo blockchain tornaram-se uma bênção para oligarcas, cleptocratas e organizações criminosas em todo o mundo e são ideais para exportações clandestinas.

De fato, parece que os EUA e a UE podem muito bem adicionar aos seus problemas e temores, uma inflação recessiva pois as suas medidas punitivas deram o tiro pela culatra e o consequente enfraquecimento dos seus executores da NATO.

Tomar   01 Junho 2022