Paixão pelas motas. “Mulheres de todas as idades, com e sem experiência, unidas” no Rallly Petrolettes

“Todas nos ajudámos. Foi extremamente bonito”, explica Tânia que, em abril de 2019, ao lado de quatro outras mulheres, percorreu aproximadamente quatro mil quilómetros em 11 dias, indo de Lisboa a Marrocos.

Mais de 20 mulheres – apaixonadas pelo motociclismo – partiram do Cais da Matinha, em Lisboa, e passaram por Vila Franca de Xira, Serra do Socorro, Torres Vedras, Praia Azul, Convento de Mafra e Sintra no âmbito do Rallly Petrolettes – cujo lema é "unir mulheres com o mesmo gosto por motas e aventuras" -, este fim de semana, celebrando a comunhão motociclista feminina. Em Portugal, foram também ativadas as cidades do Porto, Faro, Caldas da Rainha, Coimbra, Covilhã, Setúbal e Viseu.

"Fui a Petroleader do Rallly Lisboa juntamente com a Sandrine. Saímos do Cais da Matinha debaixo de chuva, cerca de 23 motas no total, e ainda tivemos outras que se juntaram a nós nos diversos checkpoints", começa por explicar, ao Nascer do SOL, Tânia, entusiasta que liderou o grupo que partiu da capital. "Havia motas de todos os estilos e cilindradas. Mulheres de todas as idades, com e sem experiência, unidas. Algumas conheciam-se, mas outras não", aponta uma das representantes deste evento internacional de motociclismo feminino.

Em 43 países estão ativas mais de 200 cidades e existiram mais de 3450 inscrições. "No sábado vivemos um desafio porque muitas nunca tinham andado em grupo. Por exemplo, uma rapariga teve um acidente grave e voltou agora a andar de mota. Demonstra que até quem viveu adversidades e traumas decidiu viajar connosco. Todas confiaram em mim e na Sandrine para as guiar por caminhos com obstáculos", assevera a líder que está ligada a grupos como o The Litas ou as Dust Girls, garantindo que "todas as participantes superaram receios".

"Nunca pare de aprender! Temos que desafiar a ignorância e os nossos próprios preconceitos. Queremos fazer uso da nossa comunidade global para aprender umas com as outras e motivar cada uma", lê-se no site oficial das Petrolettes, sendo que Tânia, uma das Petroleaders portuguesas, vai ao encontro deste lema e lembra que, no decorrer da rota, as motociclistas não podem exceder os 300 quilómetros e devem passar por quatro checkpoints. "Não importa a ordem nem a estrada e podemos fazer o percurso num dia ou em dois", adianta, avançando que, aquando da escolha das representantes nacionais, a comunidade de origem alemã solicitou a cada uma das participantes uma proposta de rota com três checkpoints e um ponto de encontro.

Foi nesse momento que selecionaram também uma Petroleader, sendo importante referir que as mulheres têm a oportunidade de decidir se querem andar sozinhas ou em grupo. Para provarem que, efetivamente, cumpriram os objetivos, fotografam-se nos checkpoints e podem integrar um concurso onde podem ganhar prémios e surgir no vídeo de estreia do festival online 'Petrolettes'. A título de exemplo, no ano passado, as Petrolettes Coimbra arrecadaram o primeiro galardão.

"Todas nos ajudámos. Foi extremamente bonito", finaliza Tânia que, em abril de 2019, ao lado de quatro outras mulheres, percorreu aproximadamente quatro mil quilómetros em 11 dias, indo de Lisboa a Marrocos.