Putin atacará novos alvos se Ucrânia receber mais mísseis

O Presidente russo informou que atacará alvos “que ainda não foram atingidos”, se os EUA continuarem a fornecer mísseis de longo alcance.

Kiev foi abalada por explosões, este domingo, depois de um ataque aéreo russo, mas as ofensivas podem não ficar por aqui, com o Presidente Vladimir Putin a alertar que, na eventualidade do Ocidente voltar a fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, novos alvos serão agredidos.

“Putin informou que se mais mísseis forem fornecidos, a Rússia atacará alvos que ainda não foram atingidos”, informou a agência de notícias russa, TASS, citada pelo Guardian, acrescentando que os mísseis a que o Presidente russo se referia era a bateria de mísseis M142 Himars enviada pelos Estados Unidos e que chegou esta quarta-feira à Ucrânia.

“Putin não citou os alvos que a Rússia planeia perseguir se os países ocidentais continuarem a fornecer à Ucrânia mísseis de longo alcance”, continuou a agência de notícias, acrescentando que Putin disse que o “‘barulho’ em torno do fornecimento de armas ocidentais para a Ucrânia irá apenas para prolongar o conflito”. “A Ucrânia tem procurado vários sistemas de lançamento de foguetes, como o M270 e o M142 HIMARS, para atacar tropas e o arsenal de armas na retaguarda das forças russas”, revelou.

Os ataques que foram registados em Kiev deixaram diversos locais em alerta. “Várias explosões nos bairros de Darnytsky e Dniprovsky da cidade. Os bombeiros estão a extinguir as chamas”, escreveu o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, numa mensagem partilhada na plataforma Telegram.

Até ao momento, depois destes ataques, apenas foi reportada uma pessoa hospitalizada, informou o presidente da câmara. “Atualmente, não existem mortos devido aos ataques dos mísseis na infraestrutura”, disse Klitschko. “Os serviços ainda estão a trabalhar nas áreas mais afetadas.”

Já o Estado-maior das forças armadas ucranianas salientou através do Facebook que “o agressor continua a lançar mísseis e a realizar ataques aéreos contra as infraestruturas militares e civis do país, sobretudo em Kiev”.

Segundo o Ministério de Defesa da Rússia, os ataques terão alegadamente destruído tanques T-72 que foram fornecidos à Ucrânia por países europeus e que se encontravam armazenados no prédio de uma garagem de oficina de automóveis. Contudo, estas alegações não foram corroboradas pelas autoridades ucranianas.

“Não temos estes tanques na fábrica nem nenhum equipamento militar. Existem apenas carros que reparamos. Esses vagões que precisamos para exportação são, em particular, vagões de grãos”, explicou o CEO da empresa ferroviária estatal ucraniana Ukrzaliznytsia, Oleksandr Kamyshin.

Há vários alertas de ataques aéreos em muitas outras cidades ucranianas, de acordo com as autoridades locais, enquanto em Severodonetsk, no leste do país, prosseguem os “combates de rua”.

A cidade permanece no centro da ofensiva russa na bacia mineira do Donbass, no leste da Ucrânia, zona sob controlo parcial dos separatistas pró-russos desde 2014 e que Moscovo espera conquistar na totalidade.