Jornalista do The Guardian desaparece na Amazónia depois de receber ameaças

Com ele estava o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira.

O jornalista correpondente do The Guardian no Brasil, Dom Phillips, desapareceu na sequência de uma viagem a um dos pontos mais remotos da floresta da Amazónia. Com ele estava Bruno Araújo Pereira, um ex-funcionário do Governo Federal responsável por proteger os povos isolados do Brasil, tendo também ele desaparecido. 

O jornalista vinha a ser alvo de ameaças devido ao seu trabalho no que toca às tribos indígenas e à proteção do ambiente. Dom Phillips já trabalhou com órgãos de comunicação como o Washington Post, o New York Times e o Financial Times, sendo que, de acordo com o The Guardian, onde agora trabalhava, Phillips era um especialista em relação às tribos indígenas que vivem na Amazónia, tendo sido visto pela última vez na região de Javari,no estado do Amazonas, que faz fronteira com o Peru.

Esta segunda-feira, líderes indígenas da tribo Univaja, em contacto com os dois homens, deram o alerta depois de ambos terem desaparecido numa visita à rede de rios junto ao município de Atalaia do Norte.

Phillips e Araújo Pereira terão chegado ao Lago do Jaburu na passada sexta-feira e acredita-se que terão regressado para Atalaia do Norte por um dos rios às 6h00 de domingo. Contudo, nunca chegaram ao destino, sendo que a viagem durava apenas três horas. Já foi enviada uma equipa de resgate para procura-los, mas sem sucesso.

Segundo os Univaja, ambos os homens receberam ameaças nos dias anteriores ao desparecimento. 

O jornalista encontrava-se a trabalhar num livro da Alicia Patterson Foundation sobre defesa ambiental, tema que o apaixonava e sobre o qual escrevia várias reportagens, quer no que toca às tribos e à região da Amazónia face aos riscos ambientais, como aos perigos a que os povos isolados estão expostos.