Europa é a região do mundo com a mais rápida recuperação do turismo

Durante os primeiros três meses do ano, a Europa recebeu quatro vezes mais chegadas internacionais.

Com o alívio das restrições devido à pandemia, o turismo voltou a dar cartas um pouco por todo o mundo e os mais recentes dados da Organização Mundial de Turismo (OMT) mostram isso mesmo: entre janeiro e março, o turismo internacional cresceu 182% – um valor que é quase o triplo – face ao mesmo período do ano passado, com 117 milhões de chegadas contra 41 milhões no primeiro trimestre de 2021.

Os números mostram ainda que, dos 76 milhões extras de chegadas internacionais nos primeiros três meses, cerca de 47 milhões foram registados em março, um valor que mostra que “a recuperação está a ganhar ritmo”.

A liderar a recuperação estão os continentes europeu e americano. Os dados da OMT mostram que, durante o primeiro trimestre, a Europa recebeu quase quatro vezes mais chegadas internacionais (+280%) do que no primeiro trimestre do ano passado, “com resultados impulsionados pela forte demanda intrarregional”. 

Já nas Américas – o segundo continente a mostrar melhor recuperação – as chegadas mais que duplicaram (+117%) nos mesmos três meses. No entanto, diz a OMT, as chegadas na Europa e nas Américas ainda estavam 43% e 46% abaixo dos níveis de 2019, respetivamente.

No que diz respeito ao Médio Oriente (+132%) e África (+96%), estas regiões também tiveram um forte crescimento no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano anterior, mas as chegadas permaneceram 59% e 61% abaixo dos níveis de 2019, respetivamente. Por seu turno, a região da Ásia e o Pacífico registaram um aumento de 64% em relação a 2021, mas, tal como nos outros continentes, os níveis ficaram 93% abaixo dos números de 2019, uma vez que “vários destinos permaneceram fechados para viagens não essenciais”.

Por sub-região, o Caribe e a Europa Meridional do Mediterrâneo continuam a apresentar as taxas de recuperação mais rápidas. Em números, em ambos os casos, as chegadas recuperaram para quase 75% dos níveis de 2019, com alguns destinos a atingir ou mesmo a superar os níveis pré-pandemia. A OMT diz ainda que embora o turismo internacional permaneça 61% abaixo dos níveis de 2019, “espera-se que a recuperação gradual continue ao longo de 2022, à medida que mais destinos aliviam ou eliminam as restrições de viagens”. 

A 2 de junho, 45 destinos (dos quais 31 estão na Europa) não tinham restrições relacionadas com a covid-19. Na Ásia, um número crescente de destinos começou a aliviar essas restrições. Apesar das perspetivas positivas, a OMT chama a atenção para “um ambiente económico desafiador”, a que se junta a invasão russa na Ucrânia. Fatores que “representam um risco negativo para a recuperação em andamento do turismo internacional. A ofensiva russa na Ucrânia parece ter tido um impacto direto limitado nos resultados gerais até agora, embora esteja a atrapalhar as viagens na Europa Oriental”.

E há mais. A OMT diz que este conflito está a ter “grandes repercussões económicas em todo o mundo, exacerbando os já altos preços do petróleo e a inflação geral e interrompendo as cadeias de suprimentos internacionais, o que resulta em custos mais altos de transporte e acomodação para o setor de turismo”.

No que diz respeito a valores, o barómetro da OMT mostra que os lucros referentes às exportações turísticas somaram 713  mil milhões de dólares (665 mil  milhões de euros), 04% mais do que em 2020, mas 61% menos do que em 2019.