Cristina Rodrigues acusada no caso do “apagão informático” do PAN

A ex-deputada do PAN e atual assessora do Chega na Assembleia da República é acusada de um “crime de dano relativo a programas ou outros dados informáticos”, em coautoria com a ex-funcionária do PAN Sara Fernandes, e de um “crime de acesso ilegítimo” aos ficheiros informáticos do partido.

A ex-deputada Cristina Rodrigues foi acusada como culpada no processo sobre o “apagão informático” do PAN, no qual culminou na eliminação de emails dos dirigentes do partido em 2020.

De acordo com despacho de acusação, citado pela agência Lusa, o Ministério Público (MP) considerou a "ilicitude da conduta" de Cristina Rodrigues “muito elevada”, ainda que não defenda a aplicação de uma pena superior a cinco anos, uma vez que a ex-deputada não tem antecedentes criminais.

A atual assessora do Chega na Assembleia da República é acusada de um "crime de dano relativo a programas ou outros dados informáticos", em coautoria com a ex-funcionária do PAN Sara Fernandes, e de um "crime de acesso ilegítimo" aos ficheiros informáticos do partido.

O MP entendeu que "as arguidas agiram de forma deliberada, livre e consciente, de acordo com um plano previamente traçado, com o objetivo de vedar o acesso ao partido PAN e seus militantes ao conteúdo das mensagens de correio eletrónico" do partido.

"As arguidas removeram da referida caixa de mensagens milhares de mensagens de correio eletrónico dali constantes, o que sabiam não ter autorização para fazer. Visavam as arguidas – e conseguiram – impedir o partido PAN de prosseguir a sua atividade política", destacou o MP no despacho.

No entanto, houve uma acusação que foi arquivada pela procuradora Maria José Magalhães. O crime de “sabotagem informática” acabou por cair por terra, porque mesmo tendo eliminado os dados estes não perturbaram o funcionamento do sistema informático do PAN.

Cristina Rodrigues indicou à mesma agência que não foi notificada e salientou que o processo ainda se encontra em segredo de justiça.

Recorde-se que, no passado novembro, a Assembleia da República aprovou o levantamento da imunidade parlamentar da então deputada não inscrita Cristina Rodrigues para a constituir arguida neste processo.

O PAN apresentou uma queixa-crime "contra desconhecidos" após um "apagão informático", no qual foram apagados emails dos dirigentes. O inquérito apurou o alegado envolvimento da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.