ISEG alerta para o risco da escalada da inflação mas mantém crescimento da economia

“Apesar da revisão em baixa das previsões de crescimento para a zona euro, continua a manter-se a previsão de crescimento da economia”.

O ISEG espera uma “desaceleração substancial do crescimento em cadeia” no segundo trimestre deste ano, mantendo, ainda assim, a projeção para o conjunto do ano entre 6% e 7,2%, de acordo com a síntese de conjuntura divulgada esta quarta-feira.

A mesma nota acrescenta que “atendendo aos primeiros dados dos indicadores quantitativos relativos ao segundo trimestre, em particular relativos a abril, a economia portuguesa continuou a crescer em relação à média do 1.º trimestre”.

Esta evolução, dizem os economistas do ISEG, estará “sustentada no crescimento do consumo e na retoma do setor dos serviços”. Assim, “a manter-se em maio e junho esta evolução, isto significa que a variação homóloga do PIB durante o 2.º trimestre deverá superar os 7,2% ainda que se espere uma desaceleração substancial do crescimento em cadeia”.

Já a inflação deverá continuar a escalar ao longo deste ano. “Para a segunda metade do ano não parece improvável que a escalada da inflação, que no presente está longe de poder ser considerada limitada, em amplitude e no tempo, não comece a ter efeitos sobre o consumo privado e em termos de procura externa, contribuindo para um mais rápido arrefecimento do crescimento”, lê-se na síntese de conjuntura.

O ISEG acrescenta também que “mas enquanto são esperadas variações homólogas positivas até ao final do ano, não é garantido, nas novas condições originadas pela guerra na Ucrânia, pelas sanções económicas em vigor e pela escalada da inflação, que o crescimento em cadeia se venha manter positivo.” 

No entanto, para já “os dados parciais disponíveis para abril e maio – anteriormente analisados – tornam bastante provável que a economia portuguesa volte a crescer em cadeia durante o 2º trimestre”. 

No essencial, dizem ainda os economistas do ISEG, “este crescimento vai continuar a basear-se nos fatores presentes no crescimento do 1º trimestre: consumo privado e crescimento do setor dos serviços”.