Situação da Urgência em Faro é a de um “hospital do terceiro mundo”, diz sindicato

“O hospital de Faro tem outros problemas que iremos expor numa reunião com o Conselho de Administração, mas o que se passa na Urgência é inaceitável, é de um hospital do terceiro mundo e não de um país da União Europeia”, criticou Luís Mós, coordenador da região sul do SINDEPOR, em comunicado.

O Sindicato dos Enfermeiros Democráticos de Portugal (SINDEPOR) alertou esta quinta-feira que a situação da Urgência no hospital de Faro é "inaceitável" e semelhante à de um "hospital do terceiro mundo", quando ainda nem se atingiu o pico do verão. 

"O hospital de Faro tem outros problemas que iremos expor numa reunião com o Conselho de Administração, mas o que se passa na Urgência é inaceitável, é de um hospital do terceiro mundo e não de um país da União Europeia", criticou Luís Mós, coordenador da região sul do SINDEPOR, em comunicado, acrescentando ainda que, apesar de ainda não se ter atingido o pico do verão, "a situação já está de tal ordem que deveria levar os responsáveis do hospital e pela saúde em Portugal a agir de imediato".

No dia em que visitou a unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), Luós Mós refere que "às 15:15 havia 80 doentes na zona de balcão da Urgência, mas às 17:30 o número já tinha subido para 116" e ambulâncias "à espera eram sete, tendo no último domingo chegado a ser 12".

Pelas contas do sindicato, faltam cerca de 20 enfermeiros na Urgência do hospital de Faro, serviço que não tem espaço para uma população "que costuma triplicar" no verão" e onde o "material também escasseia", faltando macas, cadeiras de rodas e sofás para colocar os doentes, assim como ar condicionado.

De acordo com Luís Mós, os enfermeiros daquela unidade "estão extenuados" e alguns "trabalham 150, 160 ou 170 horas mensais", existindo "vários pedidos de transferência e de mobilidade" sem resposta por parte da direção de enfermagem, "sob pena de os recursos humanos ficarem ainda mais escassos".