Orbán e os húngaros

Um europeu convicto estará apenas à espera de que a Hungria seja expulsa da UE, já que ao reelegê-lo, o eleitorado húngaro mostrou claramente preferir um fascismo (e não falo de neo-fascismo, hem?) claro à Putin, do que uma democracia como defende a UE, com os poderes bem distintos.

por Pedro d'Anunciação

Houve um jornal que publicou há dias Orbán a arengar, e a escutarem-no atentamente Macron e De Croo (suponho que a fotografia era do célebre e quentíssimo Conselho Europeu sobre novas sanções à Rússia). A minha dúvida é esta: que interesse tem ouvi-lo qualquer europeu democrático? Será só para conseguir o sua sempre cara (vende-se sempre) concordância? E não é que conseguiu coisas como não atingir o muito pouco religioso (mais para o beligerante antigo) chefe da Igreja Ortodoxa russa. Deve ser muito mais do seu agrado do que a Europa e as democracias.

Um europeu convicto estará apenas à espera de que a Hungria seja expulsa da UE, já que ao reelegê-lo, o eleitorado húngaro mostrou claramente preferir um fascismo (e não falo de neo-fascismo, hem?) claro à Putin, do que uma democracia como defende a UE, com os poderes bem distintos.

Já a Polónia preferia, antes, a Hungria à UE, que só servia para chular bem. Agora os polacos mostram gostar menos do regime russo do que os húngaros (e a sua eleição, do Sr. Orbán, até foi vista na UE, com todo o seu significado antieuropeu). Quando é que e UE consegue ver-se livre desta gente? Que no fundo, para além da chulice, até prefere outra coisa. Aproveito para criticar António Costa no que ao PSD não parece ter lembrado, porque no fundo são iguais em muitas coisas: que ache mais importante ir adiando a questão do Petróleo russo, e até a aceitação da Ucrânia imediatamente como candidata à UE, e mesmo o despedimento da Hungria da UE, apesar de fazer constar que consumimos pouco dele (do tal petróleo russo). Talvez agora caminhemos para nada.