PRR. António Costa diz que “é preciso vencer o ceticismo”

“Espero assinar já no próximo mês os contratos de financiamento dos 51 consórcios aprovados”, disse o primeiro-ministro

O primeiro-ministro considerou que Portugal está a avançar na execução dos programas mais complexos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), defendendo a tese de que o “otimismo não é uma questão de fé”, contrapondo que “o otimismo assenta no conhecimento do enorme potencial que os sistemas empresarial e científico apresentam efetivamente” em Portugal, disse António Costa, na sessão de apresentação da segunda fase do concurso do programa Agendas Mobilizadoras no âmbito do PRR.

E acrescentou: “É preciso vencer o ceticismo e concretizar a motivação positiva de que é de facto possível fazer e vamos conseguir fazer”, disse, recusando a ideia de que existam atrasos ou constrangimentos em relação à concretização do plano. “Nas Agendas Mobilizadoras, o programa mais complexo, difícil e mais exigente de todo o PRR, estamos em condições de começar a negociar e – espero – assinar já no próximo mês os contratos de financiamento dos 51 consórcios aprovados”, assinalou o primeiro-ministro.

António Costa criticou as correntes céticas existentes em Portugal sempre que o país tem projetos e desafios, referindo-se então à experiência política que em próprio teve no primeiro Governo de António Guterres, quando, na qualidade de ministro dos Assuntos Parlamentares, tutelou a Expo-98. “Diziam que a Expo-98 não ia estar pronta a tempo, mas ficou pronta a tempo; diziam que as pessoas não iriam vir à Expo, mas as pessoas vieram; e interrogavam-se se, no pós Expo, não iria ficar tudo abandonado, tudo vazio e nada ia acontecer. Mas a verdade é que a Expo-98 terminou em setembro de 1998 e em 5 de outubro desse ano reabriu o Parque das Nações”, apontou.

De acordo com o governante, trata-se de “um dos casos de maior sucesso de regeneração urbana, depois de ter sido uma velha zona industrial, com uma refinaria de petróleo, um depósito de ferro-velho e de equipamento militar inutilizado após o fim das guerras coloniais. Era uma imensa lixeira a céu aberto e hoje temos aqui um dos mais belos espaços da cidade do país, da Europa e do mundo”. E deixou uma mensagem política para aqueles que dividam atualmente do PRR: “Aqueles que há 25 anos tinham dúvidas que a Expo estivesse aberta a tempo, não percam tempo a ter dúvidas que estes projetos e estes produtos vão estar prontos para ir paria o mercado a tempo e horas”.