“É preciso mais vontade política”. Governo e sindicatos médicos continuam sem acordo à vista

Marta Temido disse que o Governo apresentou medidas que vão ao encontro dos pedidos dos sindicatos. Do outro lado, o presidente da Federação Nacional dos Médicos reconheceu o esforço do Ministério da Saúde, mas frisou que sem haver “vontade política”, as iniciativas continuarão “insuficientes”. 

“É preciso mais vontade política”. Governo e sindicatos médicos continuam sem acordo à vista

Ainda não foi desta que o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos chegaram a um acordo sobre os problemas que atualmente se incidem no Sistema Nacional de Saúde (SNS), tendo provocado nas últimas semanas encerramentos de urgências hospitalares em vários pontos do país.

Após a reunião, a ministra Marta Temido indicou aos jornalistas que não foi estabelecido qualquer acordo entre o Governo e os sindicatos para resolver os "constrangimentos ao normal funcionamento dos serviços" de saúde.

No entanto, a governante confirmou que o ministério propôs o "pagamento de 50 euros/hora para horas suplementares além do limite de 150 horas", em vez dos atuais 19 euros/hora. A iniciativa não foi aceite pelos sindicatos, que a consideraram “insuficiente”, uma vez que procuram “medidas estruturais” no SNS.

Nas palavras do presidente da Federação Nacional dos Médicos, Noel Carrilho, o Governo mostrou-se disponível para “uma abertura negocial parcial”, porém fica aquém da vontade dos sindicatos em aumentar os rendimentos base dos médicos.

"Discutiu-se a remuneração, mas em circunstâncias específicas. Isto parece-nos insuficiente, porque não inclui todos os médicos. O que nós queremos é uma valorização transversal da carreira médica", sublinhou Noel Carrilho, ao destacar que “é preciso mais vontade política, mais investimento nesta solução”, notando que as suas exigências podem ser cumpridas “se houver vontade política”.

Marta Temido também referiu que foram apresentadas três propostas para os problemas do SNS, nas quais todas incluíam "enquadramento remuneratório".

As propostas refletiam-se na necessidade de fixar mais médicos, melhorar o acesso às prestações de saúde e a "necessidade de resolver este constrangimento no funcionamento dos serviços de urgência".

A ministra recordou que a negociação tem de acontecer num “calendário de 180 dias” e afirmou que a solução apresentada pelo Governo “é a que foi solicitada”.