O líder Sérgio Sousa Pinto e os avisos de Graça Freitas

Por cá, vamos vivendo a nossa pequenez, onde um deputado do partido do Governo é o verdadeiro líder da oposição: Sérgio Sousa Pinto consegue ser mais certeiro, e livre, do que toda a bancada junta do PSD. Será que os sociais-democratas fecharam para obras e estão à espera que Rui Rio seja o cangalheiro de…

A esquerda radical, que pelos vistos deixou de ser extrema, está a conseguir o que sempre pretendeu: instalar o caos em países que, de uma ou de outra forma, eram referências para o mundo. Tanto os EUA como a França debatem-se com uma bipolarização onde começa a escassear espaço para os moderados, amantes da democracia e da liberdade.

E por que digo que é a esquerda radical a culpada? Por uma razão muito simples: com os seus devaneios que nada têm a ver com a vida do comum dos mortais, fizeram emergir violentamente a extrema-direita. Veja-se a história da proibição da prática do aborto nos EUA ou da possibilidade de todas as cidades se transformarem num novo faroeste, em que os cidadãos poderão andar de pistola à cintura. As parvoíces dos 50 géneros e afins – quantos professores não foram despedidos porque se enganaram no género pelo qual o aluno queria ser tratado, e não estamos a falar do sexo – são apenas um dos exemplos.

Já em França, a falta de ordem fez com que a extrema-direita crescesse como nunca, tendo passado de oito deputados para mais de 80. É óbvio que aqui a tal esquerda radical – ainda não percebi a razão de não ser considerada extrema-esquerda – vai cavar todos os dias mais a cova da democracia ao defender o indefensável e lutando contra os ricos, em vez de lutar contra os pobres. O que se deve querer é uma sociedade mais rica, ou por outras palavras, devemos é querer acabar com os pobres e não com os ricos. A pobreza é que tem de acabar, apostando-se na criação de riqueza. Mas isso os Mélechons da vida não querem. Depois há fenómenos como o cabotino Jair Bolsonaro, mas o Brasil está entregue a uma dupla pouco recomendável: terão de escolher entre um ex-corrupto e um boçal de extrema-direita.

E são estes exemplos que se vão alastrando no mundo, deixando em aberto o regresso de guerras civis como se pensava que tal não fosse possível. Esperemos que não.

Por cá, vamos vivendo a nossa pequenez, onde um deputado do partido do Governo é o verdadeiro líder da oposição: Sérgio Sousa Pinto consegue ser mais certeiro, e livre, do que toda a bancada junta do PSD. Será que os sociais-democratas fecharam para obras e estão à espera que Rui Rio seja o cangalheiro de serviço? Bem pode Marcelo Rebelo de Sousa esperar por Luís Montenegro que, se não se fizer à estrada, vai ver o Chega a subir mais, além de Sérgio Sousa Pinto começar a surgir como mais um nome para uma futura candidatura à Presidência da República. Ou isso ou avançar, daqui a quatro anos, para um novo partido.

Continuando por cá, será que Graça Freitas não pode abrir a boca? O que a diretora-geral de Saúde disse foi algum crime? Chamar a atenção para intoxicações alimentares comuns no verão deveria merecer o aplauso em vez de ser ‘gozada’ na praça pública. À semelhança do Presidente da República chamou ainda a atenção para os perigos de se adoecer em agosto, altura em que há muito menos médicos. Se é óbvio que ninguém adoece por querer, também não deixa de ser verdade que se houver cuidados redobrados podemos evitar acidentes, e por aí fora.

Mais duas notas. José Rodrigues dos Santos, o único jornalista televisivo que se recusa ser pé de microfone nos programas ditos de opinião dos diversos comentadores – lembram-se do que fez no programa de José Sócrates? –, está a ser ridicularizado por ter dado a notícia no Telejornal de que um livro seu vai ser adaptado a televisão. Mas isto tem algum problema? Portugal é mesmo um país sorumbático.

Por fim, raramente ou nunca estou de acordo com Isabel Moreira, embora algumas vezes até defendamos o mesmo, mas desta vez sou obrigado a estar do seu lado. Há limites para tudo e ligar câmaras de televisão para dar voz ao ódio que lavrava no funeral da criança morta barbaramente ultrapassa o aceitável….

vitor.rainho@sol.pt