Pedra no caminho de Lula da Silva

A pauta das esquerdas é inesgotável. Em plena prioridade de produzir mais, começa a tese da semana de quadro dias…

por Aristóteles Drummond

A prisão na semana passada do contabilista de Lula da Silva e de seu filho Fábio Lulinha criou novos constrangimentos ao ex-Presidente no que se refere à corrupção. O contabilista foi responsável, por mais de dez anos, pelas declarações fiscais de Lula e de sua falecida mulher, D. Leticia. Também registrou diversas empresas do filho Fábio, cuja sede é a mesma do contabilista. O sr. Muniz Leite já esteve envolvido anteriormente em apresentação de recibos de um suposto aluguel de imóvel usado por Lula, no mesmo piso do seu. O ex-Presidente nega ser o dono do imóvel, registrado em nome de alguém ligado a um amigo sem vínculos com a cidade de São Bernardo, mas que alegou ter adquirido o imóvel «por ter sido uma boa oportunidade». O contabilista e sua mulher declararam dez prémios de loterias no valor de dez milhões de euros equivalentes. O assunto já está na campanha eleitoral.

 

Variedades

• José Sócrates assinou artigo em revista semanal ligada às esquerdas e a Lula da Silva sobre problemas da Amazónia e a morte do jornalista inglês e do ex-funcionário do governo na Fundação do Índio. Fala, inclusive, em ‘desmatamento’ que não ocorre na área na fronteira do Brasil com Peru e Colômbia, sem ligação por terra com o resto do país.

• Nova notícia sobre a Suprema Corte causa polémica. É a verba para segurança pessoal dos magistrados no valor total de dez milhões de euros por ano. A segurança é privada mas paga pela Nação.

• A rede de livraria Saraiva, que já contou com mais de cem estabelecimentos no país e encolheu para pouco mais de 30, conseguiu vender patrimônio para pagar um terço de sua dívida. Agora negocia prazos com as editoras para aliviar seu caixa e pagar o restante que deve. A Cultura, outra rede, também em recuperação, chegou a ter em São Paulo sua principal loja com mais de dois mil metros quadrados em três pisos. Já as redes menores, como Livraria da Villa e Travessa, estão saudáveis e crescendo.

• Arnaldo Faria de Sá, deputado por mais de 30 anos, faleceu em São Paulo. O político, ligado ao esporte e às políticas voltadas para os idosos, foi presidente da Portuguesa de Desportos, clube fundado pela colónia portuguesa em 1920, com a união de cinco outras agremiações.

• A insegurança jurídica tem levado milhares de brasileiros a mudarem seu domicílio fiscal. Este ano já foram mais de 20 mil. Neste semestre, pode aumentar o número diante de lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente que autoriza confisco de bens de contribuintes pelas autoridades ligadas ao fisco.

• Aproxima-se de dois milhões os brasileiros legalmente morando nos EUA. Portugal, em segundo lugar, tem 280 mil, sem contar os de dupla nacionalidade; Reino Unido, 240 mil; Alemanha, 220 mil; Paraguai, 240 mil.

• A pauta das esquerdas é inesgotável. Em plena prioridade de produzir mais começa a tese da semana de quadro dias. E esta semana a de cotas raciais no Parlamento. Parece brincadeira mas está nos jornais.

• São Paulo começou a aplicar a quarta dose da vacina. Os óbitos ainda estão com média diária em torno de cento e trinta.

• Nelida Piñon, a académica editada não só no Brasil, como em Portugal e Espanha, onde já recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias, doou oito mil volumes de sua biblioteca para a Fundação Cervantes. Muitos com preciosas dedicatórias.

• Juros na casa dos quatorze por cento derruba bolsa e criptomoedas.

 

Rio de Janeiro, junho de 2022