Marcelo diz que Portugal “é o sítio certo” para receber Conferência da ONU sobre Oceanos

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, abriu oficialmente a conferência que decorre em Lisboa. Presidentes do Quénia e Portugal são eleitos presidentes da conferência.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, declara, esta segunda-feira, abertura oficial da Conferência dos Oceanos, com uma martelada na mesa. Presidentes do Quénia e Portugal são eleitos presidentes da conferência.

Num discurso de abertura, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, diz que “esta conferência acontece no sítio certo, na altura certa e com o secretário-geral da ONU certo. Um homem de princípios e convicções. O sítio certo, Lisboa, Portugal. Portugal é o que é por causa dos oceanos”.

“O tempo certo, porque apesar de dois anos de adiamento, de pandemia, guerra… (…) os oceanos têm milhões de anos, antes da humanidade, e vão continuar a existir desde que os protejamos. Temos de recuperar tempo perdido antes que seja tarde de mais”, sublinha o chefe de Estado português.

“Esta tem de ser a conferência do desconfinamento e da ambição”, afirma Marcelo.

Também no discurso de abertura, o presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, sublinha que os oceanos podiam produzir seis vezes mais alimento e 40 vezes mais energias renováveis. “Há grandes riscos mas também grandes oportunidades”, diz. “Não podemos continuar a fazer compromissos que não honramos”. 

“Espero daqui a uns anos olhar para Lisboa e pensar que foi o sítio onde mudámos o curso da história e decidimos proteger de forma sustentável os oceanos”, aponta Uhuru Kenyatta. 

António Guterres começa a discursar em português com uma citação do escritor Fernando Pessoa. “Deus quis que a terra fosse toda uma…”, apelando à união entre povos. 

O secretário-geral da ONU insiste que 8 milhões de plástico vão para o mar todos os anos, tendência que ameaça destruir ecossistemas marinhos até 2030. “Não podemos ter um planeta saudável sem um oceano saudável”, nota, destacando desafios como mapear 80% do relevo oceânico até 2030. 

Para terminar, Guterres fala em suaili, citando um provérbio antigo que diz que o oceano leva qualquer pessoa a qualquer lado.