No Reino do Costistão e do Marcelistão

Este país está perto do estoiro, maior que o anterior de Sócrates, e vamos sofrer, mas sem esse grande estoiro não haverá mudança

por João Maurício Brás

Portugal é par de outros onze países como a Eritreia e a Coreia do Norte que têm o socialismo como objetivo na sua constituição. Houve bom socialismo que nada tem a ver com o nosso socialismo de miséria e propaganda. O ‘eles’ somos também nós, mas há graus de responsabilidade; desde 1995, tivemos 7 anos de PSD e 20 de PS. Nada de estrutural se fez neste país de ficção que apenas é um sucesso nas televisões e em certos jornais. Este nosso jornal é uma exceção.

Este país está de perto do estoiro, maior que o anterior de Sócrates, e vamos sofrer, mas sem esse grande estoiro não haverá mudança possível. Este PS não presta e sejamos justos, o PSD também já nada é, nem vale a pena embarcar dos discursos do ‘agora é que é’, ‘rostos novos, novas lideranças’, tretas, tudo tretas, sempre mais do mesmo. Vamos sofrer porque apesar das mudanças disto e aquilo, triunfou a treta, sempre os mesmos e os seus, e uma população medrosa, pobre e facilmente manipulável.

A verdade real sente-se na pele. Em junho o Hospital Garcia da Orta anunciava que qualquer paciente com uma entorse, queda, fratura, lesão aguda devia procurar outro hospital. A meia dúzia de quilómetros mais de cem mil pessoas ocupavam as praias da Costa da Caparica.

Estou mesmo a ver para o próximo verão, pessoas desesperadas que o SNS não tem pessoal para os eutanasiar. O incómodo que isso não é para as famílias dessas pessoas e para os fraturantes depois de um passeio de bicicleta por Lisboa e um brunch e copo no Bairro… O Hospital Amadora-Sintra, por exemplo, serve o concelho mais populoso do país; não tem urgência de obstetrícia em alguns dias, e tudo continua plácido entre bebedeiras dos santos e a bola.

Temos legislação muito moderna sobre aborto, em breve a prostituição e eutanásia lá seguirão para excitaçãozinha dos moços fraturantes da esquerda e liberais que não sabem o que é a vida, e morrem pessoas à porta dos hospitais que querem viver… Em cinco minutos elabora-se uma simples lista de factos sobre este arrabalde miserável. Doentes com cancro já esperam 47 dias por cirurgia. O Tribunal de Contas alerta que a falta de dados do SNS pode ocultar cenário pior. Mais de um milhão de pessoas não tem médico de família. Marcações de urologia demoram 14 meses. Uma consulta de dentista no SNS equivale a acertar no euromilhões. 8 em cada 10 empregos criados são precários. Perto de 900 mil pessoas recebem ordenado mínimo. Um milhão de reformados recebe menos de 300 euros. Num país com perto de 5 milhões como população ativa, quase 20% é funcionário público. Portugal tem centenas de milhares de multimilionários mas é dos países com mais idosos abandonados nos hospitais.

Num estudo sobre o Roll Royce, que é a nossa educação, os alunos até do básico não sabem o que é uma média, o que significa ‘but’ ou o que é informação pertinente, revelam dificuldades a ler, interpretar e a explicar e fundamentar os seus raciocínios, a matemática básica é uma nulidade…

Isto já não será qualquer oposição a derrubar o socialistão e o marcelistão, ficções ministradas aos votantes em doses maciças nas televisões entre um xanax e o medo do futuro. Isto mudará por apodrecimento, não há mudança. E o apodrecimento total está próximo, basta os juros e a gasolina subirem e a UE começar a cobrar ao país que vive de dívida e propaganda…

Votaram neles, têm o que merecem.