PSP confirma que deteve polícia nas buscas no IMT e nos centros de inspeção

Foram detidos 38 suspeitos, anunciou a força de segurança. Esta terça-feira, realizou-se uma série de buscas em várias partes do país: no Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMT) e em centros de inspeção, devido a um esquema fraudulento.

Foram detidas 38 pessoas, esta terça-feira, nas buscas realizadas pela Polícia de Segurança Pública (PSP) no Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMT) e em centros de inspeção. No grupo de detido, encontra-se um agente da PSP.

De acordo com o comunicado da PSP enviado hoje à comunicação social, a força de segurança indica que "dois detidos são administradores de facto ou de direito de entidades gestoras de centros de inspeção técnica de veículos (CITVs)", "33 detidos exercem funções como inspetores em diversos CITVs", "dois detidos são funcionários do IMT" e "um detido é polícia da PSP”, que é suspeito de angariar “clientes para o esquema fraudulento”.

Nas 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias – escritório de advogados, no IMT e sete CITVs – foram também apreendidos 4.311,51 euros em numerário, 41 telemóveis e dados informáticos processualmente relevantes.

Ontem, no âmbito da Operação Hydra – a propósito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e em investigação no Departamento de Investigação Criminal da Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) – foram realizadas buscas em Braga, Vila Verde, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Vizela, Fafe, Amarante, Lousada, Gondomar, Porto, Matosinhos, Valongo, Loures, Lisboa, Agualva-Cacém, Azambuja, Vila Franca de Xira, Seixal, Palmela, Setúbal, Silves, Lagoa e Portimão.

A investigação tem como objetivo apurar um esquema que os suspeitos montaram, no qual possibilitavam que carros passassem na inspeção sem que fossem apontadas deficiências mesmo que estas existissem ou sem que fossem realizados os devidos procedimentos de inspeção legalmente obrigatórios. Em troca, os suspeitos recebiam vantagens patrimoniais e não patrimoniais dos clientes dos centros de inspeção.

O caso sob investigação já vinha a ser desenvolvido em três inquéritos distintos, iniciados em 2017, 2019 e 2020 pela PSP. Começou pela Esquadra de Investigação Criminal de Loures e, posteriormente, pela Brigada Central de Investigação de Criminalidade Económica e Financeira do Departamento de Investigação Criminal da Direção Nacional da PSP.