Padre e freiras idosos condenados a penas de prisão entre 12 e 17 anos

Arguidos têm todos mais de 70 anos.

O Tribunal de Guimarães condenou, esta sexta-feira, um padre e três responsáveis de uma "associação de fiéis" de Requião, em Vila Nova de Famalicão, a penas entre 12 e 17 anos de prisão por escravizarem noviças.

O padre Joaquim Milheiro, com cerca de 90 anos, e as arguidas Maria Arminda Costa, Maria Isabel Silva e Joaquina Carvalho, com idades entre os 70 e os 75 anos, estavam acusados de nove crimes de escravidão.

Maria Arminda Costa foi condenada a 17 anos de prisão, o padre Joaquim Milheiro foi condenado a 15 anos de cadeia, enquanto a Maria Isabel Silva e a Joaquina Carvalho o tribunal aplicou as penas de 14 e de 12 anos de prisão, respetivamente.

A juíza presidente falou em "clima de terror e medo", em "agressões bárbaras" e "escravidão e de crimes hediondos praticados por alguém que se diz representante de Deus na terra", que levaram à total "exploração e desumanização" das vítimas, permitindo à associação aumentar o património, pois não pagava nada pelo trabalho.

Os crimes foram cometidos durante cerca de três décadas na Fraternidade Missionária de Cristo Jovem, instalada num convento em Requião, concelho de Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, pertença do Centro Social de Apoio e Orientação da Juventude, uma Instituição Particular de Solidariedade Social sob a forma de Instituto de Organização Religiosa.