Mecanismo ibérico permitiu poupar em média 14% por dia

A medida entrou em vigor a 15 de junho e deverá vigorar até 31 de maio de 2023.

O mecanismo ibérico, que estabelece um preço máximo do gás para produção de eletricidade, permitiu às famílias e empresas uma poupança média diária de “cerca de 14%” nos primeiros 15 dias de aplicação. O número foi avançado pelo Ministério do Ambiente. A medida entrou em vigor a 15 de junho e deverá vigorar até 31 de maio de 2023.

Segundo os dados diários do preço grossista no mercado de eletricidade durante os 15 dias de aplicação do mecanismo ibérico, apresentados pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, o dia de 22 de junho foi o que registou o preço mais elevado em Portugal com o mecanismo, de 284,87 Euro/MWh, que sem mecanismo foi de 296,19 Euro/MWh, quando em França foi de 383,14 Euro/MWh e em Itália foi de 368,07 Euro/MWh.

Durante este período, com o mecanismo ibérico Portugal registou o preço mais baixo no dia 26 de junho, no valor de 178,38 Euro/MWh, que sem mecanismo aumenta para 252,56 Euro/MWh, em França foi de 249,07 Euro/MWh e em Itália foi de 286,15 Euro/MWh, de acordo com os dados divulgados pelo gabinete do ministro do Ambiente relativamente à evolução de preços nos mesmos 15 dias.

A tutela informou ainda que, durante os primeiros 15 dias de aplicação do mecanismo ibérico, "o preço do gás natural (GN) cresceu mais de 45%, passando dos 80 Euro/MWh registados no dia 15 de junho para os 116,03 Euro/MWh do dia 30, o que levou ao aumento do custo da geração de eletricidade a partir de GN"

O mecanismo ibérico pretende "limitar a escalada dos preços da eletricidade e proteger quem está mais exposto aos preços do mercado à vista ('spot')", beneficiando também os restantes consumidores de eletricidade à medida que renovem os seus contratos de fornecimento.

A medida resulta do trabalho de estreita cooperação entre os Governos de Portugal e de Espanha, para separar o preço do GN da formação de preço de eletricidade no MIBEL, sendo ainda consequência do reconhecimento, pela Comissão Europeia, das especificidades ibéricas, nomeadamente a reduzida capacidade de interligação elétrica da Península Ibérica à Europa Continental.