Congresso do PSD foi réplica à censura do Chega

O discurso de Montenegro, demasiado longo, por vezes enfadonho, foi claramente de direita, representando mais uma réplica à moção de censura do Chega, do que uma real alternativa ao PS.

O discurso de Montenegro, "não somos socialistas nem comunistas", disse, e a ascensão de Paulo Rangel a número dois do partido, para além do desfile de rostos passistas no congresso revelam que o PSD está, afinal, mais preocupado com o Chega e o IL do que com o PS.

O discurso de Montenegro, demasiado longo, por vezes enfadonho, foi claramente de direita, representando mais uma réplica à moção de censura do Chega, do que uma real alternativa ao PS.

O congresso, particularmente o discurso do seu novo líder, não seguiram o conselho de Cavaco Silva – o PSD só deve perder tempo com o PS. Mais virado para o espaço do Chega e do IL, Montenegro cometeu um erro de palmatória. O eleitorado do PS só se conquista com discursos de centro-esquerda, claramente social-democratas, que não foi o caso do de Montenegro.

Apesar de dizer que o PSD é moderado, o novo líder não o foi, atacando tanto o PS, que André Ventura não desdenharia assinar as suas palavras. Tudo foi de direita. Não foi um congresso genuinamente social-democrata. O PSD reencontra-se com Passos Coelho – Assunção Esteves, Maria Luís Albuquerque, Matos Rosa e outros não faltaram.

Paulo Rangel, político da direita radical, ascende a primeiro vice do partido, o que é mais um sinal de que nada foi social-democrata. Só faltou a presença de Passos Coelho, talvez não concretizada por ser demasiado ostensiva. Mas veremos. Tem que se dar o benefício da dúvida a Luís Montenegro. Ainda é cedo para uma avaliação definitiva. Mas o primeiro passo foi pouco promissor.