Regionalização. Montenegro reitera a Marcelo que é contra referendo

O novo líder do PSD atirou a discussão sobre a regionalização para a próxima legislatura.

O novo líder social-democrata foi recebido em Belém pelo Presidente da República na terça-feira e reforçou os argumentos contra a realização de um referendo sobre a regionalização em 2024. Depois de ter assumido essa posição no Congresso do PSD, no fim de semana, nesta primeira audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro foi ainda mais longe e atirou qualquer discussão sobre a regionalização para a próxima legislatura.

“Tivemos a ocasião de transmitir a nossa posição que é de não tomar nenhum impulso, nem sequer concordar com a realização de um referendo em 2024, com vários argumentos, como a circunstância de estarmos em pleno processo de descentralização de competências entre a administração central e a administração local”, justificou, alinhado com o que Marcelo tinha dito (“Não havendo regionalização, tem de se apostar na descentralização”).

Esse processo, aponta o líder do PSD, “dura há três anos, tem sido muito lento e não tem resultados efetivos”. Montenegro acusou ainda o Governo de em três anos não ter sido capaz, “numa matéria que não oferecia grandes exigências parlamentares” de avançar com “as transferências básicas”.

Enumerando problemas mais imediatos a resolver, como o Serviço Nacional de Saúde, a inflação e os baixos salários, voltou a reforçar: “Sou absolutamente contra a realização de um referendo em 2024, para que não haja equívocos. naturalmente, que não havendo um referendo em 2024 – que já teria de se conciliar com eleições europeias e regionais nos Açores – não é em 2025 com eleições autárquicas ou em 2026 com presidenciais e legislativas que a oportunidade se vai abrir”.

Montenegro diz mesmo que “não havendo condições para haver um referendo”, não faz sentido avançar para “uma discussão estéril sobre o nada”.

Sobre uma solução para o novo aeroporto de Lisboa, voltou a manifestar a “disponibilidade do PSD para dialogar com o PS para um investimento que seja estratégico para o país”, mas avisou que isso “não invalida a crítica implacável” do partido “à forma como o Governo tem cumprido este processo” por não o ter resolvido nos últimos sete anos. 

Para já Montenegro continua “sem pressa” para reunir com António Costa sobre o novo aeroporto e limitou-se a dizer que “oportunamente” esse encontro acontecerá.

Quanto à relação com o Chefe de Estado, revelou que Marcelo teve a oportunidade de lhe transmitir que “vê com muitos bons olhos a predisposição de ter uma colaboração institucional leal e cooperante”.