Clima. Onda de calor prolongada vem agravar seca extrema no país

Subida das temperaturas e noites tropicais aumentam riscos de saúde para pessoas mais frágeis.

São vários os pontos do globo que estão a enfrentar temperaturas elevadas. A título de exemplo, a China está a enfrentar a pior onda de calor das últimas décadas e a Europa enfrenta novamente uma onda de calor também. 

Como o i já havia noticiado, na Polónia, a subida das temperaturas chegou acompanhada de tempestades violentas que provocaram queda de árvores, inundações e danos em vários edifícios, acima de tudo, no norte do país. Na sexta-feira da semana passada, em Helsínquia, capital da Finlândia, estavam 26 graus e, em Portugal, 21.

No entanto, este panorama está a mudar, na medida em que o início de julho deverá registar um aumento geral da temperatura em todo o país, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que alerta que em algumas regiões as temperaturas podem mesmo ultrapassar os 40 graus, como se pode percecionar pela previsão dos valores máximos entre os 35ºC e os 40ºC no Alentejo e no Vale do Tejo.

As previsões do IPMA indicam que, a partir de hoje, as temperaturas voltam a subir, ultrapassando os 40 graus, em especial a partir de quinta-feira, agravando, deste modo, a seca extrema. “Estamos preocupados com esta situação” de seca no país e “as medidas de curto prazo, infelizmente, podem passar por maiores restrições ao uso” da água no setor da agricultura, explicou Maria do Céu Antunes, que falava aos jornalistas no final do Fórum Regional do Alentejo do Programa Bairros Saudáveis.

“Se esta situação continuar, vamos ter necessidade, a todo o tempo, de rever a situação e de aplicar aquilo que está previsto em cada um dos planos de contingência das albufeiras que são de fins agrícolas”, disse a ministra que adiantou que os responsáveis das albufeiras com as características hidroagrícolas “têm estado a colaborar de forma bastante ativa, nomeadamente para o abastecimento humano”, quando “não existe outra fonte de abastecimento”.

Para o Vale do Sorraia, por exemplo, são esperadas temperaturas que podem alcançar os 44 graus na sexta-feira, mantendo-se durante todo o fim de semana e pelo menos até quarta-feira, 13 de julho. O risco de incêndios situa-se entre o risco moderado e elevado em todos os concelhos do Vale do Sorraia, sendo mesmo máximo nos concelhos do norte do distrito de Santarém.

Por outro lado, a temperatura mínima rondará os 20 graus, estando previsto ser praticamente nula a possibilidade da ocorrência de períodos de chuva. Segundo o IPMA, os termómetros vão subir devido a um fluxo do quadrante leste na circulação de um anticiclone localizado a nordeste dos Açores, estendendo-se em crista até à Europa Central, que transportará uma massa de ar quente e seco sobre o território do continente.

Por este motivo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou uma lista de conselhos para que os portugueses se possam proteger do calor extremo. O primeiro passa por “evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11h e as 17h”, seguindo-se a aplicação de um “protetor solar com um índice igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação sempre que estiver exposto ao sol (de 2 em 2 horas)”.

“No regresso da praia ou piscina voltar a aplicar protetor solar, principalmente nas horas de calor intenso e radiação ultravioleta elevada”, alertou, deixando outros alertas como “aumentar a ingestão de água ou de sumos de fruta natural sem açúcar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas”, “escolher as horas de menor calor para viajar de carro” ou “não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol”.