Tagilde – O Tratado que nunca foi

Também devemos relembrar que durante estes 650 anos, Portugal em muitas ocasiões não foi nem amigo nem aliado de Inglaterra. Em 1588, foi um esquadrão de dez galeões e duas zabras que liderou a condenada  Invencível Armada espanhola na invasão de Inglaterra. 

por Roberto Cavaleiro

Felizmente, o bobo primeiro-ministro Boris Johnson e a sua trupe inimitável Os Loucos de Westminster  não poderão participar na pantomima agendada para o dia 10 de Julho a ter lugar em Tagilde, Vizela. A festeja é para celebrar os 650 anos do que se descreve como “a aliança ininterrupta entre o Reino Unido (sic) e Portugal “  quando as condições para o relançamento de uma aliança comercial foram estabelecidas numa curta reunião com Antonio Costa em Londres no dia 13 de Junho.

As circunstâncias sobre o falhanço de John de Gaunt em fornecer ajuda militar ao Rei Fernando I e a consequente humilhação imposta a Portugal por Castela no tratado de paz assinado em Santarém em Março de 1373 estão descritas nas Parte 1 e 2 na serie Rupturas e Alianças Anglo-Portuguesas que foram publicadas no SOL em Setembro e Outubro de 2021.

Também devemos relembrar que durante estes 650 anos, Portugal em muitas ocasiões não foi nem amigo nem aliado de Inglaterra. Em 1588, foi um esquadrão de dez galeões e duas zabras que liderou a condenada  Invencível Armada espanhola na invasão de Inglaterra. Durante a segunda parte do seculo XIX, Portugal esteve varias vezes perto de entrar em conflito devido á invasão por parte do Imperio Britânico das suas colonias em Africa e em 1940 devido às licenças exclusivas entregues á Alemanha Nazi na exportação de volfrâmio, material fundamental para o esforço de guerra.

O povo Português consistentemente estendeu uma mão de amizade aos Britânicos mas esta estimável relação internacional não deve ficar refém de maquinações elitistas, politicas ou corporativas.

 

Tomar 08 de Julho