O Estado, o inimigo nº 1 de Portugal

Este Estado não só é excessivo como mau, no que gere, regula e fiscaliza e invade até o que não lhe compete, mas é bom na propaganda…

Em 2011, David E.S. escreveu no (WSJ): «Os governos fracassados de Portugal… não precisam de mais ajuda. Eles precisam de admitir aos seus cidadãos que falharam, reestruturar as dívidas e criar a liberdade económica que permitirá às pessoas prosperarem. O auxílio é injusto porque vem dos contribuintes de outros países que não são responsáveis pela bagunça. Desencoraja a reforma, e apenas defende os incumprimentos inevitáveis».

Estas palavras podiam ser de 2022. Enquanto não se acabar com o Estado deste socialismo e com o estatismo do PSD, isto não tem remédio, receitas esquerdistas repassadas também só geram miséria, e modelos anglo-saxónicos liberais num país atrasado como este, seria o mesmo que matar um burro faminto com iguarias estranhas. O socialismo de Estado falhou, o país das televisões e das estatísticas para propaganda não modificam a real deterioração dos setores públicos e a atrofia dos setores privados. 

O nosso principal problema é o excesso de Estado. Não nos libertamos da tradição absolutista que o Estado continua a personificar tudo controlando. O Estado é o pai omnipotente, protetor e castrador que tudo dirige. Por isso os portugueses não são autónomos. Até o sistema democrático ficou totalmente impregnado por essa visão absolutista e de infantilização das pessoas, gerando esquemas de dependência, menoridade e submissão mental. 

O filho infantilizado, que nunca crescerá de modo autónomo tem de acreditar em tudo o que o pai tirânico diz. Temos simbolicamente de matar o pai, para crescer, para nos tornarmos autónomos, e não viver nesta confusão fusional desestruturadora para a nossa independência individual, mas também dos grupos, sejam eles, económicos, culturais, etc..

Esta estrutura mórbida é já uma doença terminal repleta de metástases. As quimioterapias da União Europeia mantêm apenas a agonia. Não há visão do que queremos ser, onde queremos chegar, que só é efetiva com uma dimensão pragmática e de amplo consenso. Essa visão não surge em dois dias, com aconteceu ao ministro da Economia, certamente numa revelação quase de caráter místico, onde gizou um plano para dez anos. 

Este Estado não só é excessivo como mau, no que gere, regula e fiscaliza e invade até o que não lhe compete, mas é bom na propaganda para uma população pobre, pouco crítica e interventiva. 

Se há cheias no inverno todos estendem a mão ao Estado, quando há incêndios no verão todos pedincham ao Estado, é tudo assim…E o Estado refastela-se, faz um ar compungido mas de salvador, e dá com uma mão o que tirou com as duas. E sim, devem pedir, porque o estatismo não deixou ninguém adquirir competências e independência para resolver os seus problemas. 

Portugal só muda quando transformar radicalmente o papel do Estado. O Estado não é uma entidade maléfica, há um bom Estado e um mau Estado. Nós só temos o mau. PS e PSD têm-se comportado no Governo como o neurótico que leva sempre o mesmo disco para festas diferentes. 

Esta é também uma estranha democracia de cargos perpétuos. António Costa em 1995 já era secretário de Estado tal como Marcelo Rebelo de Sousa desde 1981. A este último podemos vê-lo a passar a ferro, pentear cabelos, amiúde de fato de banho, a espreitar para contentores de lixo, a beijar barrigas de grávidas, como rei do amor, etc…É o que temos. E estas são apenas as figuras visíveis do nosso absolutismo.